As vozes que se levantam contra o crime, a injustiça social, a violência de gênero, a desigualdade, não podem ser caladas. Por isso, o nosso mais veemente repúdio ao assassinato da guerreira vereadora do Rio de Janeiro, Marielle Franco (PSOL).
Marielle era moradora da comunidade da Maré, foi mãe adolescente e superou todos as estatísticas e preconceitos dirigidos a uma mulher negra, pobre e moradora de comunidade para conseguir se formar socióloga e mestre em políticas públicas. Mas acreditou que podia fazer mais e fez: se lançou candidata a vereadora, se elegeu como a quinta mais votada. Conduzia o seu mandato pela defesa das mulheres e de denúncia a realidade violenta da vida nas comunidades cariocas.
Aos 38 anos foi assassinada a tiros na noite de ontem, quando saia do encontro “Jovens Negras Movendo Estruturas”, morreu ao lado do motorista que conduzia o veículo. Morreu na luta e nós não vamos deixar sua luta morrer.
Era relatora da comissão encarregada de acompanhar a intervenção no Rio de Janeiro. “Quantos jovens precisarão morrer para que essa guerra aos pobres acabe?” era um dos questionamentos em suas redes sociais. Nós perguntamos: quantos mais terão de morrer, até que uma política pública seja efetiva no enfrentamento das raízes do tráfico e da violência que atinge o Rio de Janeiro e também todo o Brasil?
É ainda emblemático, demonstração de um Brasil que desrespeita e subjuga as mulheres, que Marielle tenha sido assassinada seis dias depois do Dia Internacional da Mulher, em que a pauta da luta contra o feminicídio e pela igualdade de gênero foram ainda mais evidenciadas.
Exigimos a investigação do caso e a punição dos envolvidos. Nos somamos aos milhões de vozes que dizem “Basta!” a tanta violência e injustiça social. É hora de nos levantarmos contra tudo isso. Nossa solidariedade à família de Marielle. Marielle, presente!
Diretoria do Sindicato dos Metalúrgicos de Osasco e Região
Por Cristiane Alves
Assessoria de Imprensa
