Confederação Nacional dos Trabalhadores Metalúrgicos

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Sarkozy inicia semana sob pressão da Comissão Europeia e da população

SÃO PAULO – O governo francês inicia a semana sob os olhares da Comissão Europeia (CE, o braço executivo da União Europeia) e a pressão popular contra as medidas anticrise de Nicolas Sarkozy.

Na sexta-feira, a CE informou que pedirá explicações à França pela decisão da montadora Renault de transferir a produção de carros populares da Eslovênia para o país-sede da montadora. A empresa pretende criar 400 empregos na França com a produção do excedente de veículos Clio Campus, cujas vendas estão em alta depois de medidas de estímulo anunciadas pelo governo francês. Segundo a Renault, a medida não implica cortes de pessoal na filial do país eslavo, que continuará a trabalhar à carga total.

Com isso, a Renault pretende produzir mais 8 mil veículos Clio Campus na fábrica de Flins. O ministro da Indústria francês, Luc Chatel, chamou a medida de repatriação de produção.

No mesmo dia, Sarkozy, insistiu em que não vai adotar novas medidas sobre emprego e salários, apesar de estar enfrentando cada vez mais a pressão do povo nas ruas, depois das manifestações em massa que reuniram quinta-feira entre 1,2 e 3 milhões de pessoas. O chefe de Estado admitiu que as manifestações traduzem a preocupação dos assalariados ante a crise, mas destacou que pretende se manter firme, e destacou as medidas já anunciadas. “As greves e manifestações não são uma resposta à crise”, disse. “O governo completará, modificará, ampliará, se preciso for, as medidas, no valor de 2,6 bilhões de euros, já anunciadas em favor das famílias mais desfavorecidas”, declarou.

Alemanha

A chanceler da Alemanha, Angela Merkel, e o presidente norte-americano, Barack Obama, discutirão o futuro da General Motors e de sua filial europeia, Opel, durante um encontro no início de abril. Merkel e Obama aproveitarão as comemorações dos 60 anos da fundação da Organização do Tratado do Atlântico Norte (Otan) em 3 e 4 de abril para falar sobre as possíveis ajudas oficiais às duas empresas automobilísticas gravemente atingidas pela crise. O grupo General Motors tem prazo de até 31 de março para apresentar um plano de saneamento do qual depende o futuro de suas fábricas na Europa.

Na sexta-feira, o Ministério das Finanças alemão reconheceu que a recessão no país está se agravando. O ministro Peer Steinbrueck admitiu que há uma possibilidade que sugere que a contração do país chegue a 2,25% este ano.

O governo Obama anuncia hoje novos detalhes do plano para recuperar ativos tóxicos das grandes empresas. A expectativa é que as medidas alcancem US$ 100 bilhões, que sairiam dos US$ 350 bilhões do Tarp.