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Pochmann não acredita em recessão em 2009

RIO – O presidente do Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada (Ipea), Márcio Pochmann, não acredita que o Produto Interno Bruto (PIB) brasileiro será negativo este ano. O economista frisou que acha difícil até mesmo a confirmação de um desempenho negativo mesmo no primeiro trimestre.

“A nossa expectativa não é de termos recessão no ano. Eu particularmente acho difícil que se reproduza recessão no primeiro trimestre, porque não há o mesmo quadro que havia no ano passado”, frisou Pochmann, que apresentou hoje a pesquisa Sensor Econômico, que avalia a expectativa socioeconômica do setor produtivo do país.

Pochmann ponderou que as decisões de investimentos do governo têm forte impacto em setores como a construção civil, que levam meses para mostrar o impacto da ação.

“O que ocorreu na realidade é que há uma inflexão do comportamento da economia, a partir do último trimestre do ano passado. Se essa inflexão é uma mudança de rota é uma dúvida. Pode ser só uma inflexão que se recupera ou pode ser inflexão drástica, estrutural”, questionou o economista.

No quarto trimestre do ano passado o PIB brasileiro caiu 3,6% frente ao trimestre imediatamente anterior, no pior desempenho neste tipo de comparação desde o início da série histórica, em 1996.

A pesquisa apresentada por Pochmann mostrou que o setor produtivo segue apreensivo, assim como na primeira edição da pesquisa, em janeiro. O levantamento analisa quatro componentes: contas nacionais, parâmetros econômicos, desempenho das empresas e aspecto social.

Em fevereiro, o Sensor Econômico registrou 4,36 pontos, contra 6,78 pontos em janeiro. O indicador varia entre -100 e +100, com o desempenho acima de 60 pontos indicando otimismo; o universo entre 20 e 60 pontos apontando para confiança; o patamar entre -20 e +20 indicando apreensão; o resultado entre -20 e -60 significando adverso; e a indicação entre -60 e -100 indicando pessimismo.

“O agravamento da crise no exterior não alterou significativamente a expectativa de empresários e trabalhadores no Brasil”, diz o comunicado divulgado pelo Ipea.

(Rafael Rosas | Valor Online)