Confederação Nacional dos Trabalhadores Metalúrgicos

Bruno Saia e Folha de S. Paulo
do Agora

O TRT-15 (Tribunal Regional do Trabalho da 15ª Região, em Campinas) decidiu ontem manter a suspensão das 4.270 demissões anunciadas pela Embraer em fevereiro.

Com isso, esses funcionários continuam com vínculo de trabalho com a empresa até dia 13 de março, quando haverá uma nova audiência com a empresa e os trabalhadores. Segundo o TRT, eles continuam recebendo os salários normalmente enquanto isso.

Além disso, está marcada para a próxima segunda-feira, uma reunião informal entre os trabalhadores e a empresa no gabinete do presidente do TRT. Se não houver acordo, a decisão sobre as demissões vai para julgamento.

As demissões foram suspensas em fevereiro. No mesmo dia, a Embraer entrou com um recurso contra a liminar, argumentando que as demissões foram feitas segundo a lei. Ontem, a Embraer apresentou relatórios financeiros para justificar as demissões. Já o Sindicato dos Metalúrgicos de São José dos Campos mostrou um estudo próprio para mostrar que a empresa pode manter os funcionários.

A liminar não prevê punições caso as demissões não sejam suspensas. Segundo o TRT, o objetivo é a conciliação. Mas, se não houver acordo, a empresa poderá ser punida.

Anteontem, o presidente Lula se comprometeu a entrar em contato com o presidente da Embraer, Frederico Fleury Curado, para pedir abertura nas negociações. A Embraer, porém, afirma que não há possibilidade de reintegração.

Mercado financeiro
O sindicato afirma que o corte foi provocado, em parte, pela necessidade de cobrir prejuízos registrados pela empresa no segundo semestre de 2008 em decorrência de perdas no mercado financeiro.

Edmir Marcolino, da entidade, chama as operações de “especulação”. No terceiro trimestre de 2008, a Embraer perdeu R$ 366,8 milhões decorrentes de variações monetárias e cambiais. A empresa reafirmou o teor de comunicado divulgado em fevereiro, no qual atribui os cortes à redução no número de entregas de aviões.