Confederação Nacional dos Trabalhadores Metalúrgicos

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Veja quem pode ter seguro com prazo maior

Bruno Saia

Os ramos ligados à indústria de transformação devem ser os primeiros a serem beneficiados com o aumento das parcelas do seguro-desemprego, medida anunciada na semana passada para beneficiar os trabalhadores dos setores mais afetados pela crise.

Segundo o Ministério do Trabalho, os setores que terão direito ao benefício por mais tempo serão definidos pelo resultado do Caged (Cadastro Geral de Empregados e Desempregados) de janeiro, que foi anunciado ontem. O governo vai avaliar os números e, na primeira quinzena de março, deverá divulgar os setores que serão beneficiados.

O resultado, que mostra o saldo do número de contratações e de demissões no país, mostrou um corte de 101.748 postos de trabalho. Esse foi o recorde negativo para o mês de janeiro desde que passou a ser calculado, em 1992.

Ao mesmo tempo, janeiro também teve o segundo melhor número de admitidos da série histórica: 1.216.550.Segundo o levantamento, a indústria de transformação foi o setor que mais perdeu postos de trabalho em janeiro, com 55.130 vagas a menos.

Entre os ramos da indústria, a metalúrgica foi a que teve mais perdas, com 12.028 postos a menos. Os ramos de materiais de transporte (-11.732 postos) e de produtos alimentícios e bebidas (-8.794 postos) também registraram grandes perdas.

O comércio varejista (-50.403 postos), apesar dos números expressivos, não deve ter o seguro-desemprego estendido, pois os cortes não foram motivados pela crise. “O motivo das demissões foi a contratação de trabalhadores com salários menores e em razão do término dos contratos de trabalho temporários”, disse Ricardo Patah, presidente do Sindicato dos Comerciários de São Paulo.

Na semana passada, o governo anunciou a ampliação de cinco para sete o número de parcelas máximas do seguro-desemprego a que o demitido tem direito a receber. A medida vale para setores e Estados em que haja desemprego em massa.