SÃO PAULO – A General Motors (GM) está oferecendo incentivos para que 22 mil de seus 62 mil funcionários filiados ao sindicato United Auto Workers (UAW) antecipem a aposentadoria, como parte de um plano de recuperação que deverá apresentar ao governo norte-americano até terça-feira. A montadora ficaria satisfeita se ao menos metade deles aceitasse a proposta, disse uma fonte próxima do assunto ao Wall Street Journal. A decisão é o esforço mais recente da companhia para cortar custos em conexão com os empréstimos de US$ 13,4 bilhões obtidos do governo norte-americano em dezembro. Na terça-feira, a empresa disse que cortará 10 mil empregos – 14% de sua força de trabalho assalariada.
A GM e representantes sindicais vão acelerar as discussões ao longo do final de semana sobre outras formas para reduzir custos trabalhistas, incluindo a possível diminuição do pagamento suplementar para funcionários que foram dispensados e o afrouxamento de regras sindicais, disse uma fonte próxima do assunto. Esses cortes exigirão mudanças em um contrato trabalhista assinado em 2007. De acordo com dados fornecidos pelas montadoras, a GM gasta US$ 1,3 mil a mais do que a Toyota em custos trabalhistas para cada carro que fabrica. A montadora esperava acabar com essa diferença até 2012, mas os termos do empréstimo do governo exigem que isso ocorra mais rapidamente.
A montadora norte-americana informou ainda que manteve negociações com a chinesa SAIC Motor sobre a venda de parte de sua fatia em uma joint venture entre as duas empresas ou outros ativos, em um momento em que a montadora norte-americana corre para levantar capital.
Resultados
A montadora francesa Renault obteve lucro líquido de 571 milhões de euros (US$ 731,7 milhões) em 2008 – queda de 78,6% ante o lucro de 2,67 bilhões de euros apresentado em 2007. O brasileiro Carlos Ghosn, executivo-chefe do grupo, disse que a Renault espera cortar 9 mil empregos este ano, ficando com 120 mil funcionários até o fim de 2009. Na quarta-feira a rival Peugeot Citroën disse que poderá reduzir sua força de trabalho em até 12 mil pessoas.
No mesmo dia, a fabricante de motores Rolls-Royce bateu recorde de pedidos no ano passado, recebendo um número recorde de encomendas apesar da crise, mas mesmo assim fechou o resultado do ano passado com um prejuízo de 1,345 bilhão de libras (US$ 1,910 bilhão).
A General Motors (GM) liderou ontem uma nova rodada de demissões no mundo. A montadora está oferecendo incentivos para que 22 mil de seus 62 mil funcionários filiados ao sindicato United Auto Workers (UAW) antecipem a aposentadoria. Na terça-feira, a GM disse que cortará 10 mil empregos de sua força de trabalho assalariada. A lista de demissões de ontem foi engrossada pela francesa Renault, que demitirá 9 mil pessoas. No Japão, a Pioneer anunciou o corte de 10 mil empregados. Junta-se a ela a Panasonic, com 15 mil cortes.
Desde o início do ano, o governo japonês já anunciou mais de 85 mil demissões.
