Confederação Nacional dos Trabalhadores Metalúrgicos

Escrito por Rodrigo Gallo

Os aposentados e pensionistas da Previdência Social que ganham mais de um salário mínimo (acima de R$ 415) deverão receber um reajuste de 7% neste ano, segundo informações da Confederação Brasileira de Aposentados e Pensionistas (Cobap). O porcentual teria sido garantido à entidade recentemente pelo ministro da Previdência, José Pimentel, que ainda não se pronunciou publicamente sobre esse índice.

Oficialmente, o Ministério da Previdência Social não confirmou o aumento de 7% aos segurados que ganham acima do mínimo – apenas informou que os números ainda estão sendo estudados pela equipe econômica da pasta e devem ser divulgados nas próximas semanas.

Além disso, o Ministério informou que a correção dos vencimentos vai entrar em vigor a partir de 1º de fevereiro, com pagamento na folha de março.

Segundo o governo, o porcentual será fixado de acordo com o Índice Nacional de Preços ao Consumidor (INPC) acumulado entre março de 2008 e janeiro de 2009. O atuário Newton Conde afirma que o único valor ainda não divulgado é o referente a esse mês. Porém, fazendo uma estimativa de que o indicador deve fechar janeiro em 0,25%, o índice será de 5,51%. “Com base no INPC acumulado no período, esse seria o reajuste estimado para quem ganha acima do salário mínimo”, calculou. Sendo assim, se o governo realmente liberar 7%, como afirma a Cobap, esses aposentados e pensionistas terão um aumento real de praticamente 1,5%.

Valor insuficiente

Mesmo assim, o porcentual seria insuficiente para a categoria, pois os segurados do Instituto Nacional do Seguro Social (INSS) acumulam perdas anteriores. Em alguns casos, informou o presidente do Sindicato dos Aposentados e Pensionistas da Força Sindical, João Batista Inocentini, os prejuízos já chegam a mais de 60% – as perdas variam de acordo com a faixa salarial e com o ano em que a pessoa começou a receber o benefício da Previdência.

Inocentini também criticou o fato de Pimentel ainda não ter convocado a categoria para negociar o aumento de quem ganha acima do salário mínimo. “Não estamos colocando a faca no pescoço do governo, tanto que não estamos exigindo nenhum porcentual de reajuste. Queremos apenas negociar a criação de um projeto que recomponha o poder de compra dos aposentados”, disse o presidente do sindicato.

Inocentini afirma ainda que essa negociação foi um compromisso delegado pelo presidente Luiz Inácio Lula da Silva ao ministro. “Se não negociarem, vamos fazer pressão com manifestações e no Congresso.”

Ontem, o presidente do sindicato entrou em contato com representantes do Ministério da Previdência, em Brasília, mas ainda aguarda um posicionamento oficial do governo sobre a questão do reajuste anual da categoria.

Fonte: Jornal da Tarde