Confederação Nacional dos Trabalhadores Metalúrgicos

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Metalúrgicas programam cortes no Paraná

NORBERTO STAVISKI

CURITIBA

Pesquisa divulgada ontem pelo Sindicato das Indústrias Metalúrgicas, Mecânicas e de Material Elétrico do Estado do Paraná (Sindimetal/PR) junto a 62 das maiores empresas do segmento no estado aponta um enxugamento de aproximadamente 20% nas folhas de pagamento do setor até o início do ano que vem, o que pode significar o fechamento de 5 mil vagas.

A informação é do presidente do Sindimetal, Roberto Karan, para quem as demissões serão decorrentes do cenário econômico mundial. “A crise está afetando toda a cadeia produtiva, principalmente a ligada à indústria automobilística, mas nesse número não incluímos montadoras e somente algumas empresas de autopeças”, afirmou.

Segundo Karan, até o final do mês 13,05% dos trabalhadores do setor metal-mecânico de Curitiba e Região Metropolitana já foram ou deverão ser demitidos, o que representa cerca de 3.900 dispensas.

Nas 62 empresas pesquisadas, responsáveis por pouco mais de 10 mil dos 30 mil empregos que o setor estima gerar, foram realizadas 1.300 demissões desde outubro. A pesquisa do Sindimetal/PR foi realizada no início da semana passada e 91% das empresas informaram ter demitido colaboradores nos últimos dois meses e que devem continuar com o processo caso não haja uma mudança significativa no mercado.

Na segunda-feira passada, a Volvo do Brasil se transformou na primeira montadora do país a apelar para as demissões para ajustar sua produção, iniciando a escalada de demissões que se espera que aconteçam na indústria de demanda interna e externa. Foram demitidos 250 prestadores de serviços com contratos que venceram no final de novembro e que não foram renovados e 160 funcionários do quadro efetivo, somando 410 empregados.

Para o presidente do Sindimetal/ PR, as empresas devem dispensar justamente os colaboradores que foram contratados no momento de expansão do setor, que vinha batendo sucessivos recordes desde julho de 2007. “Agora o cenário mudou e estamos enfrentando o dólar em alta, as quedas das compras e exportações, bem como a falta de crédito. Infelizmente, o nível de emprego vai recuar nesses 20% no máximo até o final de janeiro”, concluiu.