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Mais estímulo: ONU pede pacote econômico maciço e global


Os governos globais devem embarcar em um maciço pacote financeiro de estímulo para conter a desaceleração econômica global, divulgou a Organização das Nações Unidas (ONU) no Relatório sobre a Situação Econômica Mundial e Perspectivas para 2009 apresentado em uma conferência internacional sobre desenvolvimento de financiamento em Doha. O relatório pede “pacotes maciços de estímulo econômico, que sejam coerentes e de reforço mútuo numa escala global, além de relacionados a obrigações de desenvolvimento sustentáveis”.

O estudo propõe “forte regulamentação dos mercados financeiros e das instituições, provisões adequadas de liquidez, reestruturação do sistema de reserva internacional e uma administração econômica global mais inclusiva e efetiva”. Estes seriam passos seguintes às medidas de liquidez e recapitalização já tomadas pelos países em resposta à crise econômica.

O relatório recomenda opções de política fiscal para reativar a economia global, tendo em vista o pouco espaço ainda restante para políticas de estímulo monetário, já que medidas para ampliar a liquidez do sistema bancário e corte no juro não conseguiram ativar a confiança do mercado.

O relatório destaca que o governo dos Estados Unidos já gastou um total de US$ 7 trilhões para fazer frente à crise provocada pelo sistema financeiro e que este número poderá atingir US$ 11 trilhões globalmente. O chefe da Divisão de Análises e Desenvolvimento de Políticas das Nações Unidas e co-autor do estudo, Rob Vos, prevê que um estímulo de cerca de 1% a 2% do Produto Interno Bruto (PIB) mundial seria suficiente para romper o crescimento negativo.

Brasil

As Nações Unidas previram ainda no relatório, apresentado hoje, que Brasil deverá crescer 2,9% no ano que vem e, junto à Índia (+7%) e o México (+0,7%), mostrar desempenho oposto aos países desenvolvidos, onde as previsões são de contração.

As projeções para os países desenvolvidos são de queda de 0,5% no PIB em 2009, enquanto as economias em transição deverão registrar, em média, expansão de 5,3% e as economias em desenvolvimento, de 4,6%. O crescimento mundial deverá ser de 1% em 2009, num cenário básico, diz o relatório, bem abaixo do crescimento previsto de 2,5% para 2008. Os Estados Unidos deverão registrar contração de 1% em 2009, a zona do euro, de 0,7% e o Japão, de 0,3%. “Mas como há uma grande incerteza prevalecendo neste momento, um cenário mais pessimista é bastante provável”, acrescenta o relatório.

Os analistas das Nações Unidas disseram que o crescimento econômico nas economias em desenvolvimento poderá cair para 2,7%, “nível perigosamente baixo em relação à habilidade que têm para sustentar os esforços de redução da pobreza e a estabilidade política e social” se a crise persistir e a confiança no setor financeiro não for restaurada.

Fonte: Agência Estado