Confederação Nacional dos Trabalhadores Metalúrgicos

Palavra do Presidente

Não a uma reforma que exclui

 

Não a uma reforma que exclui
As notícias publicadas a cada dia sobre as mudanças na Previdência Social só estão servindo para assustar os trabalhadores e não para esclarecer, formar opinião e indicar um caminho mais justo que possa contemplar a todos, agora e no futuro. Muitos trabalhadores estão correndo pra pedir a aposentadoria, mesmo não tendo completado o tempo devido e caindo no fator previdenciário, que reduz drasticamente o benefício que o trabalhador vai receber para o resto da vida.
Somente na semana passada lemos nos jornais que o presidente interino Temer iria manter a diferença entre o tempo de contribuição para aposentadoria para homens e mulheres. Esta semana já lemos que essa “vantagem”, conforme classificou o jornal que publicou a notícia, pode cair. Sem falar na insistência de uma idade mínima, que poderá ser de 65 anos (homem) e 60 anos (mulher), com tendência a chegar a 70 anos em cerca de 20 anos.
Enquanto isso, o IBGE acusa que o desemprego ficou em 11,2% no trimestre encerrado em abril; a maior taxa registrada pela série histórica do indicador, que começou em janeiro de 2012.
A realidade imposta aos trabalhadores parece que não conta. O desemprego é alto, não temos uma política pública de formação de mão de obra de qualidade e permanente, que dê condições ao trabalhador se manter-se empregado ao longo da sua vida produtiva; o acesso às faculdades públicas é pequeno; muitos começam a trabalhar cedo, e na informalidade, para ajudar no sustento das famílias, sendo que grande parte volta para a informalidade ao longo da vida de trabalho, ficando sem contribuir e, assim, prolongando o direito à aposentadoria.
Para ser justa, a reforma da Previdência precisa adequar as propostas à realidade social e ser amplamente debatida, e não ser feita de afogadilho, como se fosse uma disputa de braço de ferro.
Já apontamos alternativas para uma Previdência mais saudável: fazer um raio-x dos devedores; do agronegócio, que não contribui;de entidades filantrópicas que têm fins lucrativos e não contribuem; da venda dos imóveis da Previdência que estão sem uso social, entre outras.
Reafirmamos nossa posição em defesa dos direitos sociais, trabalhistas e previdenciários e exigimos que o governo tenha coragem para fazer uma reforma justa.
Miguel Torres
Presidente do Sindicato dos Metalúrgicos de São Paulo e Mogi das Cruzes e da CNTM
Vice-presidente da Força Sindical
(Artigo publicado no Diário de S. Paulo – edição de 29 de junho 2016)

As notícias publicadas a cada dia sobre as mudanças na Previdência Social só estão servindo para assustar os trabalhadores e não para esclarecer, formar opinião e indicar um caminho mais justo que possa contemplar a todos, agora e no futuro. Muitos trabalhadores estão correndo pra pedir a aposentadoria, mesmo não tendo completado o tempo devido e caindo no fator previdenciário, que reduz drasticamente o benefício que o trabalhador vai receber para o resto da vida.

Somente na semana passada lemos nos jornais que o presidente interino Temer iria manter a diferença entre o tempo de contribuição para aposentadoria para homens e mulheres. Esta semana já lemos que essa “vantagem”, conforme classificou o jornal que publicou a notícia, pode cair. Sem falar na insistência de uma idade mínima, que poderá ser de 65 anos (homem) e 60 anos (mulher), com tendência a chegar a 70 anos em cerca de 20 anos.

Enquanto isso, o IBGE acusa que o desemprego ficou em 11,2% no trimestre encerrado em abril; a maior taxa registrada pela série histórica do indicador, que começou em janeiro de 2012.

A realidade imposta aos trabalhadores parece que não conta. O desemprego é alto, não temos uma política pública de formação de mão de obra de qualidade e permanente, que dê condições ao trabalhador se manter-se empregado ao longo da sua vida produtiva; o acesso às faculdades públicas é pequeno; muitos começam a trabalhar cedo, e na informalidade, para ajudar no sustento das famílias, sendo que grande parte volta para a informalidade ao longo da vida de trabalho, ficando sem contribuir e, assim, prolongando o direito à aposentadoria.

Para ser justa, a reforma da Previdência precisa adequar as propostas à realidade social e ser amplamente debatida, e não ser feita de afogadilho, como se fosse uma disputa de braço de ferro.

Já apontamos alternativas para uma Previdência mais saudável: fazer um raio-x dos devedores; do agronegócio, que não contribui;de entidades filantrópicas que têm fins lucrativos e não contribuem; da venda dos imóveis da Previdência que estão sem uso social, entre outras.

Reafirmamos nossa posição em defesa dos direitos sociais, trabalhistas e previdenciários e exigimos que o governo tenha coragem para fazer uma reforma justa.

Miguel Torres
Presidente do Sindicato dos Metalúrgicos de São Paulo e Mogi das Cruzes e da CNTM Vice-presidente da Força Sindical

(Artigo publicado no Diário de S. Paulo – edição de 29 de junho 2016)