Confederação Nacional dos Trabalhadores Metalúrgicos

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Concordata para montadoras está nos planos de Obama

SÃO PAULO – A equipe de transição do presidente eleito dos Estados Unidos, Barack Obama, estuda um plano de concordata pré-planejada para as montadoras norte-americanas, informou a Bloomberg, citando uma fonte próxima do assunto. Daniel Tarullo, professor de Direito da Universidade Georgetown e chefe do grupo de política econômica da equipe de transição de governo, deverá entrar em contato com pelo menos um escritório de advocacia de concordata para discutir o processo, disse a fonte. Um porta-voz da equipe de transição disse que nada específico sobre o setor automobilístico foi publicado.

 

Em um processo de concordata pré-planejada, uma companhia pode planejar sua reorganização financeira, geralmente sob o Capítulo 11 da lei de Falências dos EUA, tendo os acordos com os credores já aprovados pelos acionistas na época em que der entrada com o pedido. Esse planejamento antecipado visa a economizar tempo e dinheiro.

 

A General Motors também informou que vai reduzir sua produção na América do Norte, o que afetará o número de fábricas em funcionamento, e diminuirá o número de aviões particulares para seus executivos.

 

A medida foi tomada depois que o executivo-chefe da companhia, Rick Wagoner, a Washington em um jatinho particular para discutir o plano de auxílio financeiro do governo dos EUA às montadoras. Diversos parlamentares citaram o uso dos aviões particulares pelos executivos da GM, da Chrysler e da Ford como motivo para rejeitar o auxílio.

 

A GM disse que os planos para reduzir sua frota de aviões privados já estavam em andamento, antes das críticas dos legisladores norte-americanos.

 

“Há uma deliciosa ironia em ver jatos de luxo chegando a Washington e os passageiros desembarcando com pires vazios nas mãos”, disse o deputado Gary Ackerman. “É quase como ver alguém de fraque e cartola na fila de um bandejão”, acrescentou.

 

Demissões

 

A montadora japonesa Honda informou que vai cortar sua produção doméstica em 40 mil veículos, de seu plano de vender 1,32 milhão de unidades no atual ano fiscal, que termina em 31 de março de 2009. O grupo está reduzindo seu volume de remessas de modelos de exportação, como o sedã Accord, para a América do Norte e Europa. A força de trabalho temporária será reduzida em 270 pessoas na fábrica de Saitama até o final do ano. O corte representa 0,2% do número total de seus empregados.

 

Além disso, a unidade da montadora no Reino Unido que fabrica o Civic e utilitário esportivo CR-V vai produzir 21 mil veículos a menos do que o plano inicial de 196 mil unidades. Ontem, a companhia já havia dito que pretende reduzir em 18 mil unidades sua produção planejada de 1,43 milhão de unidades para este ano fiscal na América do Norte.

 

Outras grandes montadoras japonesas já anunciaram cortes. A maior delas, a Toyota, informou que cortará em 52 mil unidades sua produção no ano até março, para 7,92 milhões, e que pode ter de reduzir à metade o número de funcionários temporários no Japão, para 3 mil, nesse período. Há uma semana, a Nissan informou que irá diminuir a produção no Japão em 75 mil veículos e cortar 500 empregos. Ontem, Mazda e Isuzu anunciaram um corte combinado de 2,7 mil empregos. As informações são da Dow Jones.

 

No mesmo dia, a fabricante de automóveis Renault Samsung cortará cerca de 600 postos de trabalho na Coréia do Sul para enfrentar o impacto da crise internacional do setor automobilístico. A Renault Samsung possui aproximadamente 7.600 funcionários no país, e o corte acontecerá mediante uma aposentadoria antecipada voluntária.

 

Um responsável da companhia disse que o plano não afetará os trabalhadores da produção, mas apenas os que trabalham em escritórios. A Renault Samsung estuda ainda a paralisação temporária da produção, devido à baixa procura por seus veículos.

Na semana passada, o grupo Renault anunciou uma queda de 14,1% nas vendas em outubro, para 188.116 veículos particulares e utilitários no mundo todo. Devido à queda nas vendas, a montadora planeja reduzir sua produção de veículos para ajustar os estoques.