Confederação Nacional dos Trabalhadores Metalúrgicos

Emprego

Centrais Sindicais e Dieese definem ações pelo emprego

As centrais sindicais Força Sindical, CUT, UGT, Nova Central, CTB e CSB e Dieese lançaram na segunda, 9 de novembro, em São Paulo, o movimento “Recuperar e Fortalecer os Empregos no Brasil – Soluções políticas e institucionais para reativar o setor de petróleo, gás, construção e naval”, com manifestações programadas para os dias 3, 8 e 9 de dezembro, em São Paulo, Rio de Janeiro e Brasília.

Miguel Torres
, presidente da Força Sindical e da CNTM, afirmou que os empresários têm de se comprometer com a indústria nacional. “Precisamos conversar com o empresariado sério para avançar na defesa dos empregos e das empresas”.

Para as centrais, as investigações da Operação Lava-Jato devem prosseguir, mas as empresas envolvidas não podem ser punidas com bloqueios de contratos e proibição de continuidade de obras em curso. “As empreiteiras precisam ser preservadas”, sustentou o economista Luiz Gonzaga Belluzzo.

Para o economista Clemente Ganz, diretor-técnico do Diesse, a retomada de contratos entre Petrobras e empreiteiras do setor petróleo e gás tem de se dar imediatamente. “Para isso, será preciso uma alternativa institucional. O movimento sindical vai apresentar propostas para essa solução institucional, após uma discussão com os empresários. Isso vai gerar um documento comum para o crescimento em geral e o dos setores naval e de construção pesada em particular”, afirmou.

Um primeiro encontro público com empresários deverá acontecer no dia 3 de dezembro, em ato na Casa de Portugal, em São Paulo. Após ato no dia 8, no Rio, as propostas seriam entregues ao governo, ao Congresso e ao Judiciário, em Brasília, no dia 9 de dezembro.

Documento das centrais

RECUPERAR E FORTALECER OS EMPREGOS NO BRASIL

Soluções políticas e institucionais para reativar o setor de Petróleo, gás, construção e naval.

Criar empregos e preservá-los é um dos principais objetivos da economia. A atividade produtiva gera renda e riqueza que são as bases para se promover o bem estar social, a qualidade de vida e, hoje, cada vez mais, a sustentabilidade ambiental.

A crise econômica ameaça severamente esses objetivos, pois hoje os empregos são ceifados aos milhares em todos os setores.  Destaca-se nesta crise os efeitos do combate à corrupção que vem travando o setor de petróleo e gás (Petrobrás e fornecedores), setor naval, setor da construção e, em cadeia, todos os setores produtores de insumos e serviços.

Há um grande avanço no combate à corrupção oriundo das diversas leis aprovadas nos últimos anos que fortalece a investigação e a punição de corruptos e corruptores. A efetividade desse novo arcabouço legal e institucional deve ser apoiada e sustentada pelo poder público e pela sociedade, punindo-se os culpados com base no efetivo estado de direito.

A luta contra a corrupção é longa, difícil e complexa. Já se observam efeitos extremamente perversos sobre a atividade econômica, travando processos produtivos e de investimento público e privado, o que compromete de maneira irreparável a sustentação do crescimento do país, gerando desemprego, arrocho salarial, inadimplência, crise social, queda no nível de atividade, conformando um ciclo destrutivo do ponto de vista econômico e social.

As empresas atingidas pelas investigações empregam milhares de trabalhadores que reúnem complexas competências de engenharia e de capacidades produtivas, acumuladas durante décadas de investimento em pesquisa, no desenvolvimento de tecnologia e inovação. São empresas de ponta nos seus segmentos, patrimônio da nação brasileira.

Consideramos que, a exemplo de outros países que enfrentaram esse mesmo problema, o Brasil precisa ter mecanismos céleres e eficazes de promover, ao mesmo tempo, a investigação, julgamento e punição dos culpados e criar instrumentos complementares que permitam aos órgão responsáveis liberar e viabilizar a atividade das empresas nas suas finalidades produtivas.

Por isso, as Centrais Sindicais estão convocando uma Plenária Sindical Nacional que reunirá prioritariamente os dirigentes sindicais do setor de petróleo e gás, naval, construção, engenharia, entre outros, para iniciar um grande movimento para recuperar a capacidade produtiva das empresas, a retomada dos investimentos e a revitalização dos empregos.