“As categorias profissionais com datas-bases até o fim do ano terão grandes desafios pela frente, pois vão tocar a campanha salarial num momento de grave crise econômica, com queda na produção, aumento da inflação e alta do desemprego. Como, então, conquistar aumento salarial (reposição da inflação mais ganho real) num momento como este?
As categorias terão de investir na organização das bases e na mobilização, assim como reforçar a unidade na luta para podermos fazer frente a intransigência patronal, que costuma aparecer em momentos de queda da atividade econômica e redução do emprego.
Os 750 mil metalúrgicos do Estado de São Paulo, representados por 54 Sindicatos filiados à Federação estadual da categoria e à Força Sindical, definiram que não vão arcar com o ônus da crise econômica. Eles não vão abrir mão da reposição da inflação, aumento real, valorização do
Em assembleia no Sindicato dos Metalúrgicos de São Paulo, cerca de 1,1 mil trabalhadores aprovaram, também, proposta indicativa de greve. Caso o Sindicato não receba uma contraproposta concreta dos patrões, para fechar a data-base em 1º de novembro, a categoria vai cruzar os braços.
Segundo a assessoria técnica do Sindicato dos Metalúrgicos de São Paulo, a inflação está em alta com previsão de chegar 9,83% em novembro; a taxa de juros (Selic) chegou a 14,25% e deve subir mais; a taxa de desemprego também aumentou; caiu a produção industrial; e o PIB será negativo este ano.
A situação econômica está tão ruim que os três mil operários da construção civil que prestam serviços para a Usiminas, de Cubatão tiveram de fazer uma greve de 26 dias para conquistar 10% de aumento salarial e assim fechar a Convenção Coletiva”.
Miguel Torres é presidente da Força Sindical, da Confederação Nacional dos Trabalhadores Metalúrgicos (CNTM) e do Sindicato dos Metalúrgicos de São Paulo e Mogi das Cruzes