Há tempos a taxa de desemprego não para de crescer no Brasil. Mas, desde o início do ano, com o agravamento da crise que vem abalando a economia brasileira, causando recessão, afetando a indústria e os postos de trabalho por ela mantidos, o desemprego vem crescendo em ritmo muito mais intenso do que aquele observado, por exemplo, em 2014.
Prova disto é a pesquisa divulgada pelo IBGE na última 5ª feira (20), que dá conta de que, superando as expectativas dos principais analistas do País, a taxa de desemprego aumentou pela 7ª vez consecutiva no ano, alcançando, em julho, o assustador índice de 7,5% (a maior taxa para os meses de julho desde 2009). Ressaltamos que, desde junho/2010, a taxa não alcançava a casa dos 7%.
E isto só reforça a perspectiva, de acordo com projeções recentes, de que o PIB continuará em queda no 2º semestre deste ano, não sendo descartada uma retração bem mais intensa do que a apurada no início de 2015.
Não podemos, enquanto representantes dos trabalhadores, e perante o atual quadro de incertezas que vivenciamos, nos furtarmos de alertar o governo, real responsável por tudo o que vem ocorrendo, como por diversas o fizemos, sobre as necessidades e os anseios do setor produtivo e da classe trabalhadora.
Presidenta: para que o Brasil retome o caminho do crescimento econômico, a política que rege a economia do País tem de ser revista. Curvar-se aos especuladores nada acrescenta à atividade econômica, não oferece sobrevida às empresas nem mantém ou gera empregos. Precisamos de planejamento e investimentos no setor. Os juros têm de cair, a inflação contida, o crédito barateado, a produção e o consumo fomentados, os empregos mantidos e novas vagas geradas.
Manter a atual política econômica é caminhar na contramão do desenvolvimento. Esta escalada do desemprego tem de ser superada. Os trabalhadores, lado mais fraco do cabo-de-guerra “Crise x Desenvolvimento”, não podem continuar a arcar com um ônus tão injusto e pesado como vem acontecendo. Providências, presidenta… providências!
Miguel Torres
Presidente da Força Sindical, CNTM e Sindicato dos Metalúrgicos de São Paulo e Mogi das Cruzes