“Os preços apurados pelo INPC (Índice Nacional de Preços ao Consumidor), calculado pelo IBGE (Instituto Brasileiro de Geografia e Estatísticas desde 1979, dão conta de que a inflação acumulada nos doze meses, entre julho/2014 e junho/2015, de 9,31%, representa o maior índice de variação registrado desde dezembro/2013, que foi de 10,38%.
E isto, somado a uma taxa básica de juros – Selic, recentemente elevada para 14,25% pelo Comitê Político Monetário (Copom) justamente como uma forma de combate à inflação, demonstra claramente que a fórmula não vem dando os resultados esperados.
E, apesar de a crise seguir ceifando postos de trabalho, inibindo a produção e o consumo, achatando os salários e encarecendo o crédito, o governo parece não perceber que a “dobradinha” inflação/juros altos é, ao lado de outros fatores, a grande vilã pela estagnação econômica que o País vivencia (lembramos que o INPC serve de parâmetro para a variação de preços de um conjunto de produtos e serviços consumidos pelas famílias de baixa renda, com renda mensal até cinco salários mínimos).
Ou seja: o remédio, apesar de bastante amargo para a classe trabalhadora, não vem acertando o prognóstico e, portanto, não cura a doença”.
Miguel Torres
presidente da CNTM e da Força Sindical