“Às vésperas de uma nova reunião do Copom, marcada para os dias 28 e 29 deste mês, para definir como ficará a nova taxa básica de juros (Selic), as expectativas dos economistas do mercado financeiro não são nada animadoras: os juros devem subir ainda mais. E isto apesar de já se encontrarem em inimagináveis 13,75% ao ano.
Sob a alegação de conter a inflação e combater a crise econômica, que vem ceifando centenas de milhares de postos de trabalho, reduzindo a produção, o consumo e os salários, os juros altos mantidos pelo governo são, há tempos, os grandes vilões da recessão pela qual o País vem atravessando.
Parece que só o governo não enxerga que manter os juros em patamares elevados servem para desaquecer a economia apenas quando há excesso de demanda para uma produção insuficiente. E, sem dúvida , não é este o quadro atual. Aumentar os juros, no atual contexto, é caminhar na contramão do desenvolvimento econômico, mantendo o Brasil no posto de ‘Campeão Mundial dos Juros Altos’, colocação que, nada honrosamente, o País vem ocupando já há algum tempo.
A crise econômica, no nosso país, tornou-se uma doença crônica. Nossa economia está combalida e debilitada, trêmula, febril e “jururu”. E não será aumentando os juros, ou mantendo-os nos patamares que estão, que vamos conseguir recuperá-la. Os juros altos, com toda certeza, não são o medicamento adequado para nossa atual enfermidade”.
Miguel Torres
presidente da CNTM/Força Sindical