A decisão do Copom (Comitê de Política Econômica) é um desastre para a economia brasileira. Infelizmente, o Brasil continua com a maior taxa de juros do mundo. Esta é a sexta vez seguida que o governo premia os especuladores, aumentando a taxa básica de juros.
Enquanto isso, a atividade econômica está cada vez pior; o PIB do primeiro trimestre do ano, de -0,2%, é enfático. A economia vai mal, mas na verdade o setor que mais tem sentido o efeito da retração da atividade econômica é a indústria de transformação, que no primeiro quadrimestre do ano registrou retração de 6,3% na produção, e de 4,6% na mão de obra ocupada medida entre janeiro e março deste ano.
O aperto monetário do governo está asfixiando não só a atividade econômica e a indústria, mas também o consumo das famílias, que recuou 1,5% no último trimestre – queda maior, inclusive, do que a retração dos investimentos, que caíram 1,3% no mesmo período.
Enquanto o resto do mundo reduz suas taxas a fim de aliviar os encargos para os seus cidadãos e afastar os efeitos da crise financeira, no Brasil os senhores da economia dão as costas aos problemas da população e dos trabalhadores, ameaçados de perder os seus empregos, e mantêm os juros nas alturas.
Os trabalhadores cobram agilidade e reduções eficazes dos juros para facilitar o crescimento da economia, reduzir a dívida pública, estimular a produção industrial – que se encontra estagnada –, aumentar o consumo e gerar empregos de qualidade.
Miguel Torres
Presidente da Força Sindical e da CNTM