Confederação Nacional dos Trabalhadores Metalúrgicos

Notícias

Lula convoca Mantega e Meirelles para reunião anticrise

No encontro com o Presidente, Mantega, Meirelles e banqueiros discutirão ações preventivas.

Um dia depois de o presidente americano George W. Bush anunciar mundialmente um encontro nos Estados Unidos para discutir a crise econômica, o presidente Luiz Inácio Lula da Silva também decidiu convocar o ministro da Fazenda, Guido Mantega, o presidente do Banco Central, Henrique Meirelles, e dirigentes do Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES), Banco do Brasil e Caixa Econômica Federal, para uma reunião anticrise hoje.

O objetivo do encontro, segundo Lula, é preparar o país para enfrentar a crise no mercado financeiro internacional, no entanto fez questão de reforçar que não fará anúncio de pacote e que o país não vai quebrar. A convocação foi anunciada ontem, em São Bernardo do Campo, no ABC paulista, durante o ato de apoio ao candidato à prefeitura da cidade, Luiz Marinho. O presidente usou metade de seu discurso para falar apenas da crise econômica, e quis passar uma mensagem de tranqüilidade aos consumidores, como já fez anteriormente.

“Eu nunca conversei tanto com o meu ministro da economia, com o presidente do Banco Central, com economistas e empresários, como tenho conversado” revelou Lula. “Nós não vamos nunca anunciar um pacote, porque toda vez que anunciamos algum pacote, o povo ficou no prejuízo. Nós vamos anunciar medidas pontuais”.

Lula comparou o anúncio de medidas a “remédios”.

“Nós vamos anunciar medidas pontuais. Dor de barriga é remédio para dor de barriga. Calo no pé é remédio para calo no pé”, brincou o presidente, que pediu “confiança à população”, e “não se deixem levar pelos analistas”.

A exemplo de outros discursos, Lula frisou que “fez a lição de casa” e ressaltou as reservas de US$ 207 bilhões do governo como garantia de oferta de crédito.

“Não vamos parar um projeto do PAC, nem a Petrobras vai parar um projeto dela”, discursou Lula. “Podemos ter problemas, mas crise não se enfrenta escondido e com medo. A gente levanta a cabeça e tenta transformar a crise em uma coisa importante para o Brasil”.

O presidente disse que “não se queixa” de ninguém, e lembrou que existe uma “torcida do contra”.

“A gente não pode se deixar levar por pânico. O que nós queremos é que os países ricos resolvam os seus problemas”, completou Lula. “É importante que vocês saibam porque eu estou tranqüilo, apesar de muita gente torcer para que a crise chegue no Brasil como se fosse um tsunami, como se fosse um furacão”.

Ele afirmou que o Brasil não vai quebrar, porque o governo fez a lição de casa em 2003, e a meta agora é fortalecer o mercado interno. O presidente também resumiu as medidas que o governo adotou nas últimas semanas para solucionar os problemas de crédito.

Depósito compulsório

De acordo com Lula, todo mundo que tinha dinheiro no exterior “sentou em cima dele”, e por isso não sobrou capital para o crédito.

O presidente afirmou que, aqui no Brasil, o governo está tomando cuidado, liberou um pouco do depósito compulsório para garantir que bancos maiores possam comprar as carteiras dos bancos menores.

Também enviou ao Congresso Nacional Medida Provisória (MP) para o BC oferecer o redesconto aos bancos menores, evitando que sejam pressionados pelas instituições de maior porte. Disse também que orientou os bancos, inclusive o Banco do Brasil, a comprar carteira dos bancos menores.

Outra medida, segundo Lula, foi colocar parte das reservas brasileiras no exterior para garantir crédito às exportações.

Reunidos em Santiago, no Chile, os presidentes dos bancos centrais dos principais países da América Latina descartaram a adoção de medidas conjuntas para enfrentar a crise financeira internacional, a exemplo do que ocorreu na Europa.

Além de Meirelles, participaram do encontro os presidentes dos bancos centrais de Argentina, Chile, México, Colômbia e Peru. (Fonte: Jornal do Brasil)