Confederação Nacional dos Trabalhadores Metalúrgicos

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INDÚSTRIA: Economia não pode depender de capital especulativo

SÃO PAULO, 9 de outubro de 2008 – O mesmo capital especulativo que ajudou a depreciar o dólar, prejudicando a competitividade das empresas, faz com que a moeda norte-americana dispare neste momento de crise. A avaliação é do presidente da Associação Brasileira da Indústria Elétrica e Eletrônica (Abinee), Humberto Barbato. “Não podemos permitir que a economia real fique à mercê do capital especulativo”, acredita.

Para ele, em função da forte variação cambial nas últimas semanas, as empresas estão com dificuldades para definir preços de venda para o mercado interno, e não sabem que taxa utilizar nas exportações. “O momento é de cautela e o setor produtivo não deve tomar ações precipitadas para não gerar um efeito bumerangue”, disse.

O dirigente afirma que durante anos, a indústria solicitou ao Banco Central (BC) a taxação desse capital, e não foi atendida. “Hoje esse capital quer ir embora e promove a elevação desastrosa do dólar. Por isso, é importante, neste momento, continuarmos nossa luta por um câmbio equilibrado, sem sobressaltos. O câmbio desajustado é uma das piores coisas que pode acontecer na economia”, destaca Barbato.

De acordo com Barbato, passada a turbulência, o ideal seria que o dólar se estabilizasse no patamar entre R$ 2,10 e R$ 2,20. “Isso se o bom senso do Banco Central permitir”, comenta.

Barbato ressalta, que além da valorização do dólar frente ao real, o Brasil vive ainda um encurtamento do crédito que, quando chegar ao consumidor, poderá prejudicar o desempenho do setor eletroeletrônico. “Estávamos esperando um final de ano muito bom, mas esta indefinição poderá provocar uma revisão para baixo no faturamento das indústrias do setor”, conclui. (Redação – InvestNews)