O presidente da CNTM e do Sindicato dos Metalúrgicos de São Paulo, Miguel Torres, vice-presidente da Força Sindical, recebeu na segunda-feira, 3 de junho, uma delegação de sindicalistas do USW (Sindicato dos Metalúrgicos dos Estados Unidos), formada por Leo Gerard, presidente do USW, Carolyn Kazdin, responsável pelas campanhas estratégicas da USW, Jana Silverman, diretora de Programas do Solidariedade da AFL-CIO, e Ben Davis.
A ideia é ampliar o intercâmbio de informações entre as entidades sindicais do Brasil e dos EUA e fomentar ações conjuntas em defesa dos metalúrgicos, principalmente em empresas com problemas. Um exemplo foi o caso da Nissan, do Mississipi, quando as entidades brasileiras apoiaram e participaram de ações contra a atitude da empresa de proibir os trabalhadores de organizarem uma unidade do USW na empresa. Outro exemplo foi a ThyssenKrupp, que tem violado direitos dos trabalhadores e mantido práticas antissindicais.
“Este intercâmbio entre dirigentes sindicais do Brasil e dos Estados Unidos serve conhecermos mais sobre a legislação dos dois países e pensar ações de solidariedade”, disse Miguel Torres.
Nos Estados Unidos, os setores de mineração, papel e celulose são organizados por ramo de atividade e conselhos representativos, e têm propósito de avançar na organização da Vale do Rio Doce, no Canadá e Estados Unidos.
Miguel Torres lembrou que a Força Sindical e os metalúrgicos já desenvolveram várias ações de solidariedade em 2010. “Acionamos por carta e por contato direto a direção da Vale do Rio Doce, no Canadá, para solucionar uma greve que se arrastava por anos, e atuamos conjuntamente em defesa dos metalúrgicos da Gerdau, em Guarulhos”, ressaltou.
Os dirigentes também defenderam que o intercâmbio e as ações deverão reforçar a importância de uma proposta global de enfrentamento à crise financeira internacional. Neste sentido, Miguel Torres manifestou preocupação com o declínio do diálogo social no Brasil diante das turbulências enfrentadas pelos trabalhadores na Europa e de propostas de austeridade que vêm prevalecendo naquele continente.
Os sindicatos vão fazer um mapeamento das empresas metalúrgicos onde o USW tem base nos Estados Unidos e no Brasil, para fortalecer as ações solidárias conjuntas.
O encontro contou com a participação de Ortelio Pacio Custa, assessor para Assuntos Internacionais da Força Sindical.
Por Débora Gonçalves
Assessora de Imprensa do Sindicato dos Metalúrgicos de São Paulo
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Fotos: Paulo Segura