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Desenvolvimento sustentável deve envolver inclusão social, diz Dilma

Valor Econômico
Por Fernando Exman | De Brasília

Enquanto o governo entra na fase final de preparação da Rio+20, a presidente Dilma Rousseff reforçou ontem o discurso que pretende levar à conferência das Nações Unidas sobre o desenvolvimento sustentável. A poucos dias do início do evento, Dilma destacou as ações do Executivo para fiscalizar, punir desmatadores e preservar o meio ambiente. Além disso, ela argumentou que o desenvolvimento sustentável deve contemplar a inclusão social e a redução da pobreza. Lembrou que 40 milhões de brasileiros ascenderam à classe média e outros tantos deixaram a pobreza extrema nos últimos anos, e deu uma amostra do seu arsenal de estatísticas que coloca o Brasil entre os países que mais preservam o meio ambiente.

A coordenação dos preparativos para a Rio+20 é feita pela Casa Civil da Presidência da República. Ontem, em uma reunião comandada pela ministra Gleisi Hoffmann, o governo repassou com representantes de outras áreas do governo as ações em andamento para que não haja imprevistos durante a conferência. O Palácio do Planalto decidiu, por exemplo, que a Infraero e a Secretaria de Aviação Civil adotarão um esquema especial para assegurar que não ocorra um colapso nos aeroportos do Rio de Janeiro. O governo também decidiu atuar para forçar uma queda das tarifas cobradas pela rede hoteleira durante o evento.

O tom do discurso, porém, foi dado novamente pela própria presidente. Em seu programa semanal de rádio, Dilma lembrou que o país registrou o menor nível de desmatamento da história em 2011. “Temos oferecido alternativas de produção e renda para a população que vive em nossas florestas, para que esses trabalhadores possam produzir e garantir o seu sustento sem desmatar ou destruir o meio ambiente”, comentou.

Ela citou o exemplo do Bolsa Verde, programa que está no âmbito do Brasil Sem Miséria e concede benefícios trimestrais de R$ 300 a famílias extremamente pobres que trabalham na coleta de frutos, extração de látex ou pesca artesanal na Amazônia. “A combinação de uma fiscalização forte com ações que permitem a exploração sustentável dos recursos naturais é o que ajuda a manter a floresta de pé”, acrescentou.

Num recado aos países desenvolvidos, Dilma frisou que atualmente mais de 80% da Floresta Amazônica está preservada. “Isso não acontece em nenhuma parte do mundo. Por exemplo: na maioria dos países da Europa, em torno de 10% é o que resta das florestas nativas daquela região”, afirmou. “O Brasil é responsável por 75% de todas as áreas de preservação ambiental criadas no mundo nos últimos nove anos.”

A presidente aproveitou ainda para mencionar recentes medidas do governo para priorizar produtos e serviços sustentáveis nas aquisições governamentais, além da criação de unidades de conservação e terras indígenas.