Jornal da Tarde
SUZANE G. FRUTUOSO
Os juros para empréstimo consignado a aposentados e pensionistas do Instituto Nacional do Seguro Social (INSS) caíram. A decisão segue a tendência de redução de taxas e pressão do governo sobre os bancos. O Conselho Nacional de Previdência Social decidiu ontem que o teto das taxas mensais vai passar de 2,34% para 2,14%.
No caso dos financiamentos com cartão de crédito, a resolução baixa dos atuais 3,36% de juros para 3,06% ao mês. A decisão pode entrar em vigor hoje, quando deve ser publicada no Diário Oficial da União. “Isso é apenas uma primeira medida discutida com o Banco Central. Poderemos adotar outras”, afirmou o ministro da Previdência Social, Garibaldi Alves Filho.
Para João Batista Inocentini, presidente do Sindicato Nacional dos Aposentados, a queda foi menor que a esperada. “Pela onda de redução de juros achei a proposta tímida. A diminuição poderia chegar a 2%. Não fiquei satisfeito.”
Na prática, o impacto no bolso do aposentado e do pensionista não deve chegar a R$ 100 no total de parcelas de um empréstimo (leia simulações ao lado). “Mas é de pouco em pouco que se percebe a diferença”, diz Miguel José Ribeiro de Oliveira, vice-presidente da Associação Nacional dos Executivos de Finanças, Administração e Contabilidade (Anefac).
Ele afirma que, somando com as reduções de juros anteriores, haverá uma diferença nas contas finais da população. Sobrará mais dinheiro em mãos, para circular, guardar e investir. “Foi criada uma competição ainda maior entre os bancos. Acredito que os próximos alvos são cartão de crédito e cheque especial. ”
O governo já anunciou redução nas taxas cobradas em financiamento de imóveis, carros, empréstimos pessoais, móveis e eletrodomésticos.
A diminuição dos juros não interfere nas regras para obtenção do consignado. A prestação do empréstimo não pode ultrapassar 30% do salário do aposentado, com desconto direto na folha de pagamento.
Se o empréstimo for no cartão de crédito, apenas 10% do total poderá ser destinado a essa modalidade. Até seis empréstimos consignados ao mesmo tempo, em bancos diferentes, são aceitos. Mas a somatória não pode ultrapassar os 30% da renda mensal.
Mesmo com o nome sujo é possível contratar o consignado, já que a modalidade não prevê consulta aos órgão de proteção ao crédito, fazendo dele um dos empréstimos mais procurado.