Na negociação com as centrais sindicais pela extinção do fator previdenciário, o governo pode aprovar também a criação de um bônus de até 20% sobre o valor integral do benefício para quem adiar, voluntariamente, o pedido da aposentadoria.

A bonificação para quem decide prolongar o tempo de contribuição já existe na regra do fator previdenciário, adotado no cálculo das aposentadorias desde 1999.

“O fator previdenciário leva em conta a expectativa de vida, o tempo de contribuição e a idade. Na maioria dos casos, o trabalhador é prejudicado porque quanto mais jovem, maior a expectativa de vida. Porém, se ele tem mais idade, a expectativa de vida é menor e o fator pode até ficar positivo”, disse Ulisses Meneguim, advogado previdenciário.

Pela tabela atual do fator previdenciário, o índice fica positivo quando o segurado tem mais de 64 anos de idade e 35 anos de contribuição. Como a média de idade dos pedidos de aposentadoria é 53 anos, a maioria sofre perdas de até 40%  com o fator.

Na fórmula 85/95, apoiada pelo governo e pela Força Sindical, não entra a expectativa de vida. O cálculo considera a soma da idade e do tempo de contribuição do segurado.

“A proposta que já foi aprovada pelo grupo de negociação com o governo e pode ir à votação na próxima semana prevê uma bonificação de 2% sobre a média de contribuição para cada ponto acima da regra 85/95. Como o cálculo é a idade e o tempo de contribuição, cada ano valem dois pontos a favor do trabalhador”, disse Paulo Pereira da Silva, o  Paulinho, deputado federal (PDT-SP). O limite do bônus será de 20%.

Desconto/ Do mesmo modo, a regra nova também vai permitir que o trabalhador faça a opção pela aposentadoria antes de completar a fórmula 85/95. Neste caso, haverá um desconto proporcional, semelhante à regra da bonificação, com um limite máximo de 10%.