Confederação Nacional dos Trabalhadores Metalúrgicos

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Metalúrgicos podem parar Ciferal/Marcopolo

Gonzaga

Reunidos no final da tarde do último dia 3 de maio no portão da montadora, os trabalhadores da Ciferal/Marcopolo, em Xerém, Duque de Caxias (RJ) recusaram, por unanimidade, a contraproposta patronal de 10% de aumento (9% em abril, data base da categoria, e 1% em outubro). Os pisos, segundo a contraproposta dos patrões, subiriam 12% (11% em abril e 1% em outubro). Mas a direção da única montadora de carrocerias de ônibus do Rio de Janeiro não aceita estabelecer pisos por função, a principal reivindicação dos metalúrgicos.

O presidente do Sindicato dos Metalúrgicos de Duque de Caxias, São João de Meriti e Nilópolis (RJ), Carlos Alberto Fidalgo, informou que os trabalhadores da Marcopolo/Ciferal já haviam recusado a primeira contraproposta patronal de 6,8% de aumento, em assembleia dia 18 de abril. Os empregados da empresa querem 15% de reajuste, tabela de pisos por função, vale compra ao invés de cesta básica, entre outros pontos que consideram fundamentais para o fechamento do Acordo Coletivo 2012/2013.

Ao final da assembleia, os trabalhadores, decepcionados com a posição dos patrões, soltaram o grito de “greve, greve!”, mas o Sindicato dos Metalúrgicos de Duque de Caxias vai continuar negociando, em busca de novos avanços que atendam o anseio da categoria por melhores condições de trabalho e por remuneração mais justa.

A Ciferal/Marcopolo reúne cerca de 3 mil trabalhadores. Segundo Fidalgo, a tabela de pisos por função é uma realidade em sua base territorial. “A maioria das empresas já adotou esse sistema, que incentiva e reconhece a capacitação profissional, porque o mercado exige, cada vez mais, trabalhadores especializados em suas funções”, ponderou.

O presidente do Sindicato dos Metalúrgicos de Caxias assinalou, ainda, que até empresas de menor porte que a Ciferal/Marcopolo já oferecem cesta básica de valor bem acima de R$ 200,00. “Eles até aceitam mudar para o vale compra, que valoriza a capacidade de escolha do trabalhador, que passa a ter maior autonomia para decidir o que e onde comprar, de acordo com as prioridades e reais necessidades de sua família. Mas querem dar um vale compra de R$ 100,00 e parcelado. Vamos voltar à mesa de negociação, mas, se não tiver jeito, fazer o quê? Vamos partir para a greve”, afirmou Fidalgo.

Por Rose Maria, assessora de imprensa do Sindicato dos Metalúrgicos de Duque de Caxias/RJ
Foto: Gonzaga