Confederação Nacional dos Trabalhadores Metalúrgicos

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Empresas planejam ampliar contratações

Jornal da Tarde
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Os empresários de São Paulo estão otimistas em relação a contratações. Pesquisa da consultoria de RH Manpower Group mostra que, na capital paulista, 40% das empresas esperam recrutar funcionários no próximo trimestre — índice seis pontos porcentuais acima do registrado nos primeiros três meses do ano. No Brasil, 39% companhias preveem aumentar o quadro. O setor de serviços lidera a intenção de abertura de vagas, seguido pelo de construção.

Para especialistas, o otimismo continua, apesar do cenário externo de crise, do momento difícil da indústria — que sofre com a entrada de produtos importados — e da economia do País ter crescido menos do que o esperado em 2011.

“É interessante observar que, mesmo com a crise do mercado do trabalho europeu, o crescimento do Brasil mostra uma dinâmica interna muito boa”, analisa o diretor geral da Manpower Brasil Riccardo Barberis. “Todos os segmentos estão se preparando para os grandes eventos como Copa do Mundo e Olimpíada, o que mostra a necessidade de investir, principalmente, em infraestrutura e serviços”, completa.

No setor de serviços, 55% dos empresários do País esperam contratar no segundo trimestre. Nos primeiros três meses do ano, 45% responderam de forma positiva. Na construção, 54% pretendem admitir novos colaboradores ante 36% do trimestre anterior.

A sensação também é de confiança na Associação Comercial de São Paulo (ACSP), mas o fator que impulsiona está mais ligado à baixa da taxa básica de juros (Selic). “Com os juros caindo, a taxa de emprego tende a subir. Mas o reflexo será sentido no segundo semestre”, afirma Emilio Alfieri, economista da ACSP.

Renda maior
O aumento do salário mínimo este ano também contribui. “Houve uma injeção de dinheiro no mercado. A nova classe emergente, que representa cerca de 50% da população, está com uma condição financeira melhor e deve consumir mais”, diz Nelson Keirallah, coordenador geral do conselho do varejo da Associação.

Mas para Adriana Gomes, professora do Núcleo de Estudos e Negócios em Desenvolvimento de Pessoas da ESPM, o otimismo é exagerado. “Não está havendo grandes investimentos da indústria, setor que serve como um indicador de emprego”, avalia ela.

Um dos desafios das empresas será encontrar pessoal qualificado. “A escassez de talento está reduzindo a intenção das contratações, que poderia ser ainda maior na capital”, ressalta Barberis. “Falta competência técnica e experiência de muitos candidatos, o que faz com que muitas empresas não invistam em crescimento.”