Confederação Nacional dos Trabalhadores Metalúrgicos

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Emprego agora está nas grandes metrópoles

Estudo do Ipea mostra que isso não fez cair informalidade

Geralda Doca

BRASÍLIA. O emprego perdeu força no interior do país, ganhando espaço nas regiões metropolitanas. A geração maior de vagas, porém, não fez cair a informalidade nas grandes cidades, que ficou praticamente estável entre 2006 e 2007. O cenário, na avaliação do Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada (Ipea), é preocupante, pois a maioria da população brasileira mora fora dos grandes centros urbanos.

Além disso, os economistas alertam que os ganhos da Previdência Social com o aumento das contratações com carteira assinada em 2007 poderão ser afetados, se a informalidade não continuar caindo de forma mais consistente.Segundo a pesquisa, a ocupação nas regiões metropolitanas, onde mora um terço da população, subiu 3,5% nos últimos dois anos. Já no restante do país, o crescimento foi de apenas 1,2%. Na área rural, houve até redução de 0,5%. Enquanto isso, a parcela de trabalhadores que estão fora da Previdência Social ficou praticamente estável: 42,1%.

– O emprego no Brasil nãometropolitano cresceu pouco em 2007. A Pnad (Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios) acendeu uma espécie de luz amarela – disse o pesquisador do Ipea Lauro Ramos, que aponta inversão de tendência na geração de emprego no interior, até então mais dinâmico com o agronegócio.

Crise não afetará emprego este ano, diz Ipea

O estudo destaca que, apesar dos números positivos sobre a geração de postos remunerados – que subiram de 79,7 milhões em 2006 para 81,4 milhões -, o emprego caminha no mesmo ritmo do crescimento da população em idade de trabalhar (acima de 10 anos), o que é insuficiente para atender a população que já está desempregada.

Segundo Ramos, a taxa de desemprego caiu no período de 8,5% para 8%, porque uma parcela dos trabalhadores desistiu de procurar ocupação.

Para ilustrar esse crescimento lento, Ramos lembrou que a população de 10 anos ou mais aumentou 2,03%, enquanto a ocupação, apenas 1,8%.

– Isso mostra desaquecimento do mercado, que não foi capaz de absorver a oferta, mesmo perante uma pressão menor – disse Ramos.

Ele afirmou que a crise financeira não surtirá impacto no mercado de trabalho neste ano, que deverá fechar 2008 com taxa de desemprego perto de 6%. Todavia, o cenário é incerto para 2009.

Pelo estudo do Ipea, o Brasil aumentou a cobertura previdenciária, mas a maioria dos beneficiários do INSS tem menos de 60 anos, realidade distinta dos países em desenvolvimento. Isso indica, segundo o órgão, a necessidade de políticas públicas na área de saúde e segurança.