Valor Econômico
Juliana Cardoso
SÃO PAULO – A economia brasileira deve crescer 3,4% neste ano e 3,2% em 2012, prevê a Organização para Crescimento e Desenvolvimento Econômico (OCDE). Quanto a 2013, a expectativa é de que o Produto Interno Bruto (PIB) do país registre ampliação de 3,9%. Em 2010, houve crescimento de 7,5%.
A OCDE observou que uma política econômica mais apertada e uma demanda externa mais fraca influenciaram na desaceleração da economia do Brasil depois das altas taxas de crescimento vistas em 2010, mas as pressões inflacionárias não abrandaram e o avanço do crédito ainda é expressivo.
Com relação à inflação no Brasil, a entidade prevê que o índice de preços ao consumidor aumente 6,5% em 2011, tenha elevação de 5,8% em 2012 e apresente incremento de 4,7% em 2013. Vale destacar que a meta de inflação perseguida pelo governo é de 4,5%, com oscilação de 2 pontos percentuais para mais ou para menos.
Voltando-se para os outros países do bloco Bric (Brasil, Rússia, Índia e China), a OCDE espera a sustentação do ritmo de crescimento na Rússia, apesar de um enfraquecimento na confiança diante do desaquecimento global e da turbulência financeira.
No caso da Índia, a organização chamou atenção para o fato de a inflação seguir persistentemente acima do nível de conforto do banco central do país. Também destacou que as expectativas inflacionárias permanecem elevadas, com as pressões devendo diminuir apenas gradualmente em reação a uma suavização da demanda e à estabilização dos preços das commodities.
A China deve registrar uma moderação do crescimento neste ano, depois de um avanço de mais de 10% em 2010. A OCDE prevê um crescimento de 9,3% para a economia do país em 2011 e de 8,5% no calendário seguinte. Em 2013, o PIB chinês deve avançar 9,5%.
“Com a demanda doméstica e o comércio exterior ganhando fôlego em 2013, o crescimento do PIB chinês deve recuperar-se e ficar perto de 10%”, notou a OCDE.
De maneira geral, a entidade ressaltou que devem ser colocadas em curso políticas decisivas para frear a disseminação da crise da dívida soberana europeia e ajudar a recuperação da atividade econômica global.
“A crise da zona do euro continua sendo o principal fator de risco para a economia mundial. A preocupação com a sustentabilidade da dívida soberana se tornou generalizada. Se não for administrada, o recente contágio a países com finanças públicas relativamente sólidas pode ampliar maciçamente as perturbações econômicas”, alertou a OCDE. (Juliana Cardoso | Valor)