Confederação Nacional dos Trabalhadores Metalúrgicos

O orçamento do governo federal para 2012 deve prever um aumento real para os aposentados que ganham mais de um salário mínimo. Acordo fechado ontem entre parlamentares e integrantes da comissão do Congresso que analisa o projeto orçamentário estabeleceu que o relatório sobre a proposta vai conter uma emenda pela concessão do reajuste acima da inflação, mas o índice terá de ser negociado com a presidente Dilma Rousseff e sua equipe econômica.

Os aposentados reivindicam reajuste total de 11,7%, que leva em conta a inflação do ano mais 80% do PIB (Produto Interno Bruto) de 2010. Esse reajuste poderá custar de R$ 8 bilhões a R$ 11 bilhões, segundo a Comissão de Orçamento do Congresso. Cerca de 9,1 milhões de aposentados ganham acima do salário mínimo. O restante recebe o piso previdenciário, que tem o mesmo valor do salário mínimo e em 2012 deverá ter aumento de 13% a 14%.

O deputado Paulo Pereira da Silva, o Paulinho (PDT-SP), considerou um avanço o relator do orçamento, deputado Arlindo Chinaglia (PT-SP), ter aceito a emenda que trata do aumento. Segundo ele, o texto deve dizer que fica assegurado para 2012 “ganho real para reajuste dos aposentados e pensionistas a ser definido em reunião conjunta do governo, centrais e entidades representativas dos aposentados”. O relatório pode ser votado hoje na comissão.

Paulinho admite que a emenda não garante reajuste, já que Dilma é contra o aumento. A proposta ainda tem de passar pelo plenário da Câmara. “Precisamos pressionar para o governo saber que tem de negociar”, disse. Para Warley Martins, presidente da Copab (Confederação Brasileira de Aposentados e Pensionistas), o acordo foi um avanço. “Com a brecha no relatório, pelo menos temos algo a negociar”, afirmou.