Confederação Nacional dos Trabalhadores Metalúrgicos

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Metalúrgicos aprovam indicativo de greve para novembro


Campanha Salarial 2011: metalúrgicos das zonas leste e norte aprovam
ir à greve se não receberem uma boa proposta dos patrões

No segundo grande ato de mobilização da Campanha Salarial 2011, realizado nesta quinta-feira, 6 de outubro, pelo Sindicato dos Metalúrgicos de São Paulo e Mogi das Cruzes, na Ilha do Sapo (zona leste), mais de 5 mil trabalhadores e trabalhadoras aprovaram ir à greve se, até o próximo dia 30 de outubro, os patrões não apresentarem uma contraproposta salarial que atenda às reivindicações da categoria.

A proposta de greve também foi aprovada no primeiro ato, realizado terça-feira passada, na zona sul.

O presidente do Sindicato, Miguel Torres, reafirmou que a categoria metalúrgica não vai aceitar que os patrões coloquem a crise mundial na mesa de negociação para não darem aumento real de salário.
“Estão dizendo que aumento real de salário vai colocar o Brasil na crise e aumentar a inflação. Pensamos exatamente o contrário, pois é com mais poder de compra que a economia cresce. Nossa resposta será a greve, se não tivermos uma proposta que atenda os trabalhadores”, disse.

Este ano toda a Convenção Coletiva de Trabalho será renovada. “O que acordarmos vai valer para os próximos 12 meses, por isto, não podemos vacilar”, disse Miguel.

O presidente da Força Sindical, deputado Paulo Pereira da Silva, o Paulinho, disse que “a visão da elite é de que em momento de crise não se pode dar aumento de salário e tem cortar direitos e benefícios”.

Paulinho lembrou que o Brasil foi o último a entrar na crise, em 2008-2009, e o primeiro a sair dela, porque garantiu aumentos salariais e poder de compra aos trabalhadores, que consumiram e garantiram a produção. “É com aumento de salário que vamos impedir o Brasil de entrar na crise”, disse.

Reivindicações
No ato, os trabalhadores referendaram o pedido de aumento real de salário, valorização do piso, redução da jornada de trabalho, PLR para todos, estabilidade aos acidentados e portadores de doenças profissionais, licença-maternidade de 180 dias e inclusão digital. A pauta tem 152 cláusulas, econômicas e sociais.

Referência
A diretora financeira do Sindicato, Elza Costa Pereira, disse que “os metalúrgicos têm por obrigação fazer uma ótima campanha, com a conquista do aumento real, redução da jornada, porque somos referência para outras categorias”.

Mulheres
As mulheres trabalhadoras presentes no ato foram incentivadas a participar ativamente da mobilização e lutar em cada fábrica e com a categoria pela licença-maternidade de 180 dias.

O secretário-geral, Arakém, alertou que a conquista do aumento salarial e demais benefícios só depende da mobilização e da unidade da categoria. “É hora de todos os trabalhadores vestirem a camisa e mostrar aos patrões e à sociedade a nossa força e nossa luta”.

Geraldino dos Santos Silva, secretário de relações sindicais da Força Sindical, disse que o resultado da luta dos metalúrgicos vai repercutir para milhões de trabalhadores do país que ainda não estão organizados.

O 1º vice-presidente do Sindicato, Tadeu Morais, lembrou o que a presidente Dilma Rousseff disse na ONU (Organização das Nações Unidas) aos países europeus: “Uma das formas de um país sair da crise não é com medidas recessivas, mas com aumento de salário para os trabalhadores”.

O ato contou com representantes dos sindicatos dos gráficos, metalúrgicos de Manaus, de Guarulhos, e químicos.

Trabalho Decente
Assim como no primeiro ato, o Sindicato falou sobre a Jornada Mundial pelo Trabalho Decente, lançada pela OIT (Organização Internacional do Trabalho), Confederação Sindical Internacional (CSI) e Confederação Sindical dos Trabalhadores das Américas (CSA), e que vai culminar com a 1ª Conferência Estadual do Trabalho Decente, nos dias 24 e 25 de outubro, no Memorial da América Latina, em São Paulo.

Neste sentido, Miguel Torres criticou a terceirização, criada para reduzir custos e que precariza as condições de trabalho, trata os trabalhadores de forma desigual, tira direitos e benefícios.

Próximo Ato
Dia 14 de outubro, a partir das 8h, em Mogi das Cruzes, na rua Capitão Francisco de Almeida, 695, bairro Brás Cubas, em frente à Valtra.

Entrega da Pauta
Dia 3/10 – Fiesp (Federação das Indústrias do ESP), grupo patronal 19-3 (trefilação e laminação de metais e outros) e Sindicato da Indústria de Forjaria.
Dia 5/10, às 10h, ao Grupo 3 (Sindipeças) – Av. Santo Amaro, 1.386
Dia 7/10, às 10h, ao Grupo 2 (Sindimaq – máquinas, e Sinaees – eletroeletrônicos) – Av. Jabaquara, 2.925

Data-base: 1º de novembro

A Campanha é unificada e envolve cerca de 800 mil trabalhadores, representados por 54 sindicatos metalúrgicos ligados à Federação dos Metalúrgicos do Estado de São Paulo e à Força Sindical.

O trabalho de mobilização junto às fábricas das regiões leste e norte da capital foi feito pelos diretores Maloca, Adnaldo, Pedrinho, José Luiz, Martelozo e pelos coordenadores Rubens, Adriano Lateri, Mixirica, Noel, Érlon, Chico Pança, Josias, Uélio, Bombeirinho, Nelson, Maurício Forte, Emerson, Rodrigo, Ninja, Mazuti e seus assessores.


Miguel Torres, presidente do Sindicato
e vice-presidente da Força Sindical

Iugo Koyama

Sulivan Santa Brígida, presidente da Federação Interestadual
dos Metalúrgicos da Região Norte,
do lado de Paulinho da Força e Miguel Torres

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Ato de trabalhadores da zona leste e norte

Campanha Salarial 2011