Confederação Nacional dos Trabalhadores Metalúrgicos

Notícias

Montadoras reavaliam importação de aço

Folha SP

Compras do insumo no exterior, que já vinham caindo, deverão diminuir ainda mais

LEILA COIMBRA

DO RIO

As montadoras de automóveis começam a rever suas importações de aço, após o governo ter aumentado o IPI para carros com índice de nacionalização abaixo de 65%.

A Fiat e a Volks, que importam 15% e 30% de seu consumo de aço, respectivamente, mais a Peugeot-Citroën, que iria trazer no fim do ano sua primeira carga importada, estão revendo suas estratégias.

As empresas ainda não decidiram como e quando irão reduzir as compras externas e afirmam que contratos firmados não serão rompidos, mas o fato é que a importação de aço pelo setor automotivo, que já vinha em queda, deverá diminuir ainda mais.

O aço representa em média 15% dos custos totais de um automóvel. Lá fora os preços são até 25% mais baixos por conta da sobreoferta provocada pela crise mundial e pela desvalorização do dólar, entre outros fatores. Além disso, os executivos do setor automotivo argumentam que a importação é uma forma “de não ficar nas mãos de apenas um fornecedor”.

A Volkswagen do Brasil registrou o pico das importações no ano passado, quando 30% de toda a sua demanda foi comprada fora do país. Já a Fiat importou não somente aço, mas também pneus e rodas de alumínio.

O pico das importações de aço ocorreu em 2010, auge da sobreoferta global. Nos primeiros três meses de 2010, as compras de aço do exterior subiram 156%. Mas, ao longo de 2011, acabaram caindo.

MENOS VANTAJOSO

Segundo um executivo do setor que preferiu não ser identificado, houve alta generalizada dos preços nos últimos meses, e hoje o aço não está mais tão vantajoso lá fora -devido aos custos de logística, de estoque e de imposto de importação.

O Instituto Aço Brasil aponta que a importação do produto deve fechar 2011 em 3,4 milhões de toneladas, queda de 42,4% ante 2010. No entanto, para o instituto, as importações continuam uma ameaça, porque os fatores que induzem a entrada de aço estrangeiro persistem: o câmbio desfavorável, a guerra fiscal nos Estados e os excedentes do produto no mercado internacional.