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Brasil será 4ª economia em 2030, diz consultoria

Folha SP

Britânica EIU prevê crescimento de 3,9% ao ano nos próximos 20 anos

País deve superar o PIB da França, Alemanha, Reino Unido e Japão, mas ainda ficará atrás de China, Índia e EUA

ÉRICA FRAGA

DE SÃO PAULO

O Brasil vai se tornar a quarta maior economia do mundo até 2030, segundo projeção da consultoria britânica EIU (Economist Intelligence Unit).

Atualmente, o país ocupa a sétima posição no ranking global, considerando o PIB (Produto Interno Bruto) medido em dólares. A crise que afeta as economias dos países desenvolvidos, minando sua capacidade de expansão no longo prazo, vai beneficiar a ascensão do Brasil.

A EIU previa, antes, que o país alcançaria o quinto lugar no ranking mundial na próxima década. Mas reduziu recentemente sua projeção para o crescimento do Japão. Com isso, espera agora que a economia brasileira vai se tornar maior do que a japonesa em 2027. “Antes, tínhamos o Brasil superando a França, a Alemanha e o Reino Unido, mas não o Japão. Essa projeção agora mudou”, afirma Robert Wood, analista sênior da EIU.

O analista ressalta que a economia brasileira deixará para trás a dos quatro países desenvolvidos, mas será ultrapassada pela indiana no meio do caminho.

A EIU prevê que o Brasil crescerá 3,9%, em média, por ano nas próximas duas décadas. A expansão será mais forte que os 2,9% registrados nos últimos 25 anos, mas menor que as taxas previstas para Índia (6,6%) e China (5,7%) nos próximos vinte anos.

Wood acredita que o dinamismo dos emergentes asiáticos grandes, principalmente a China, continuará sendo um importante motor do crescimento do Brasil: “Mesmo que a China faça uma transição para um modelo de crescimento mais apoiado no consumo do que em investimento ainda vai demandar as commodities que o Brasil produz, principalmente alimentos”.

PESO DA CHINA

Ao longo da última década, a China contribuiu três vezes mais para a expansão da economia brasileira do que os EUA, segundo cálculo do economista Tony Volpon, chefe de pesquisas de mercados emergentes da corretora japonesa Nomura.

“A correlação entre o crescimento da China e do Brasil é forte desde o início da década passada, mas deve ter aumentado em anos recentes”, afirma Volpon.

Ele ressalta que a China se tornou o principal parceiro comercial do país.

Além de vender produtos como alimentos e minério para a China, o Brasil se beneficia do efeito da demanda asiática sobre os preços das commodities, que tiveram forte alta nos últimos anos.

O analista diz que outros fatores como uma população ainda jovem e o potencial comercial das descobertas de petróleo da camada pré-sal contribuem para as perspectivas de crescimento de longo prazo do Brasil.

Mas ele ressalta que o país deveria fazer reformas para evitar problemas que afetam países desenvolvidos atualmente, como o envelhecimento da população.