Continua caminhando em passos acelerados o processo de desmonte da Usiminas. Enfrentando sérias dificuldades desde a desastrosa passagem de Marco Antônio Castello Branco pela presidência da empresa, a Usiminas perdeu preciosos profissionais, teve a capacidade de produção reduzida e perdeu mercado.
Recentemente, o Conselho de Administração da empresa decidiu vender alguns ativos para ajudar sanear as contas. Entre eles estão a Fasal, a Usifast a Soluções Usiminas e a Usiminas Mecânica. Há quem diga que é para fazer caixa… Mas onde estão os mais de 6 bilhões que a empresa tinha em caixa até maio de 2008?
Preocupada com seus investimentos e ao vê-los em risco com a ameaça de derrocada da Usiminas, a Camargo Correa e Votorantim decidiram colocar à venda, no prazo máximo de 30 dias, as suas ações na empresa.
O presidente da CSN, Benjamin Steinbruch, continua tentando aumentar sua cota de participação na Usiminas, assim como Jorge Gerdau, que circula livremente pelas altas esferas do governo federal por ser o presidente do Conselho de Competitividade do Governo Dilma Roussef. Gerdau quer assumir, por quaisquer meios, o controle do Conselho de Administração da Usiminas.
E quem conhece a história de Steinbruch e Gerdau sabe o caos que eles provocaram em Volta Redonda (CSN) e Ouro Branco (Açominas), onde milhares de empregos foram perdidos e entidades assistenciais e de utilidade pública perderam convênios históricos. Steinbruch chegou ao ponto de mandar encher de minério o campo de futebol de uma agremiação esportiva, detentora de um comodato da área durante anos e anos.
Nesse bolo estranho cuja massa desanda a olhos vistos, enfiam-se ainda os dedos da eminência parda petista José Dirceu e do empresário Abílio Diniz, aquele mesmo que quer casar o Pão de Açúcar com a rede Carrefour, criando um conglomerado que será em tudo prejudicial aos interesses econômicos do povo brasileiro.
No caso da venda das ações da Camargo Correa e Votorantim na Usiminas, sabe-se que Jorge Gerdau, Benjamin Steinbruch, José Dirceu e Abílio Diniz, entre outros, mexem os pauzinhos na calada da noite para tentar impedir que o lote venha a ser comprado pela Nippon Steel.
E mais… todas estas pessoas tem usado recursos do BNDES para aumentar os seus impérios através da compra do controle acionário de empresas em dificuldades, como é o caso atual da Usiminas. Esse mesmo BNDES que, deve-se lembrar, foi criado para fortalecer as empresas brasileiras, gerando empregos e renda para todo o povo, incluindo os trabalhadores.
Não custa lembrar também que a Nippon Steel sempre foi o mais presente e positivo parceiro da Usiminas, uma história que começou há mais de 50 anos e que não pode ir para a lata do lixo do jeito que estão tentando fazer. Os trabalhadores da Usiminas, a comunidade do Vale do Aço e de todo o Estado de Minas Gerais acreditam que só a Nippon Steel, com seus conhecimentos tecnológicos e recursos financeiros, pode vir a impedir a falência da empresa.
É preciso, portanto, que as lideranças políticas, classistas, comunitárias e empresariais se mobilizem com o objetivo de salvar e fortalecer a Usiminas. Um enorme contingente de famílias, em Ipatinga e em todo o Vale do Aço, dependem fundamentalmente disso para a sua sobrevivência e uma perspectiva de futuro para os seus filhos.
Se nada for feito, se a maioria das pessoas, especialmente os líderes, continuarem acreditando que está tudo bem, a Usiminas corre o risco de ir pro buraco, levando junto Ipatinga e o Vale do Aço. É preciso garantir que a Nippon Steel continue sendo uma força decisiva nos destinos da empresa, juntamente com os trabalhadores e a comunidade de Ipatinga e do Vale do Aço. É preciso frear a sanha destruidora de pessoas que querem adquirir o controle da Usiminas para fazer dela não mais do que um entreposto laminador de placas produzidas por eles, ou seja em fazer dela um centro de custos e não de geração de riquezas.
Mais uma vez nós precisamos dos nossos fiéis e primordiais parceiros japoneses, e desta vez, francamente, é para salvar a Usiminas e mais de 30.000 empregos diretos e indiretos e a Siderurgia Mineira. Além disso, precisamos combater alguns brasileiros lesas-pátria descompromissados com o destino e o futuro do nosso povo. Se isto não for feito, quem vai perder será Ipatinga, o Vale do Aço, Minas Gerais e o Brasil…
Por LUIZ CARLOS MIRANDA
Presidente do Sindicato dos Metalúrgicos de Ipatinga, Diretor da CNTM e Deputado Estadual pelo PDT-MG