Os trabalhadores brasileiros têm acompanhado com muita atenção e preocupação os meios de comunicação que, há várias semanas, vêm veiculando denúncias envolvendo o ministro da Casa Civil, Antônio Palocci. Denúncias estas que incluem a multiplicação de seu patrimônio e as atividades de sua consultoria, denominada Projeto.
As tentativas de esclarecimento do ministro da Casa Civil, apenas para cumprir formalidades, não foram suficientes para arrefecer o desgaste a que vem sendo submetido o braço direito da atual presidenta.
Entendemos que o ministro Palocci ainda deve explicações ao povo brasileiro, visto que, sendo servidor público de alto escalão, deve servir de exemplo e ser pautado pela ética, pela transparência e pela moralidade pública.
O povo brasileiro está vendo com ceticismo a defesa apresentada para tais denúncias, e anseia por uma resposta convincente e verdadeira. As evidências de ter praticado atitudes não republicanas que pairam sobre o ministro fazem com que sua credibilidade vá, a cada dia, se deteriorando.
O imediato afastamento do ministro só trará benefícios para o País, que vive um bom momento econômico, com pleno emprego e sinais de controle inflacionário, mas começa a sentir a paralisia política do governo devido às incertezas que cercam o atual ocupante da Casa Civil do Palácio do Planalto.
Ocupante este que tem a importante função de articulador político e âncora do governo, mas que, infelizmente, tornou-se refém do silêncio, passando a acreditar apenas no tempo como seu aliado.
O projeto de governo, vitorioso nas últimas eleições, não pode permitir compromisso com o erro e com a falta de lisura por parte de membros do governo, muito menos por funcionários de tão importante função.
Privar os brasileiros da verdade sobre os atos do ministro Palocci é uma atitude que gera suspeita sobre o governo e de seus integrantes para com os cidadãos, o que não é saudável em uma plena democracia.
Entendemos que a permanência do ministro no governo vai, com certeza, dificultar as ações governamentais, contaminando uma agenda positiva instruída a dar rumo ao crescimento econômico, à diminuição da pobreza e ao fortalecimento da democracia por uma sociedade mais justa.
Paulo Pereira da Silva (Paulinho)
presidente da Força Sindical
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