Confederação Nacional dos Trabalhadores Metalúrgicos

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Mil pessoas presentes ao ato em Memória às Vítimas de Acidentes

“Os números de acidentes e mortes no trabalho são muito altos e exigem muita luta dentro das fábricas e empresas”, declarou Paulo Pereira da Silva, Paulinho, presidente da Força Sindical, na abertura do Dia Internacional em Memória das Vítimas de Acidentes e Doenças do Trabalho.

O evento foi realizado pela Força Sindical e a Força Sindical São Paulo, no auditório do Sindicato dos Metalúrgicos de SP, com a presença de mil pessoas.

Arnaldo Gonçalves, secretário nacional de Saúde da Força Sindical, destaca que os dados da OIT (Organização Internacional do Trabalho) mostram que a cada dia cerca de 6.300 pessoas morrem como resultado de lesões ou doenças relacionadas ao trabalho, o que corresponde a mais de 2,3 milhões de mortes por ano. Para Gonçalves são necessárias mudanças radicais, “São 723.000 acidentes no País, com 13. 047 inválidos e 2.496 mortes. Uma pessoa morre a cada 3,5 horas”.

João Donizeti Scaboli, secretário estadual de Saúde SP,  afirma que os dados não são animadores. “Temos que ampliar a nossa forma de atuação, unirmos as nossas forças  em prol de um mundo do trabalho melhor para os trabalhadores e trabalhadoras. Todos perdem com os acidentes: o trabalhador mutilado, a dor de quem perde um ente querido e a sociedade”, disse. Armando Henrique, presidente do Sindicato dos Técnicos de Saúde e Segurança de SP, destacou as entidade que levam a sério a saúde do trabalhador.

O presidente da Força Sindical SP, Danilo Pereira da Silva, observou que a legislação existente no País é boa, mas é preciso fortalecer a fiscalização, estruturar o Ministério do Trabalho e Emprego para cumprir o seu papel. “Não dá para olhar esta estatística de mortes e acidentes, sem dar prioridade à saúde dos trabalhadores”, afirmou.

O presidente da Fequimfar, Sergio Luiz Leite, também reafirmou a necessidade de fiscalização, porque “a impunidade é muito grande de quem lesa o trabalhador. Os diálogos tripartites são bons, no entanto, as empresas não estão sendo interditadas”, ressaltou.

Para Maria Auxiliadora dos Santos, secretária nacional da Mulher da Força Sindical, as mulheres são as mais atingidas pelas doenças ocupacionais e é difícil provar que está doente e que o governo pague o benefício. “O melhor caminho é a prevenção”, disse.

Francisco Ribeiro, do Diesat (Departamento Intersindical de Estudos e Pesquisas e Saúde e dos Ambientes de Trabalho), defendeu a mobilização dos trabalhadores para resolver os problemas de saúde e segurança do trabalhador. Já Domingos Lino, diretor-adjunto de Saúde Ocupacional do Ministério da Previdência Social, elogiou a Força Sindical por promover a manifestação.

Avanços
Durante a manifestação, representantes da construção civil, químicos, metalúrgicos e comerciários expuseram avanços obtidos pelas categorias. Os resultados foram obtidos devido a mobilização dos trabalhadores.

Laercio Fernandes Vicente, coordenador de Saúde e Segurança do Sindicato dos Trabalhadores da Indústria da Construção Civil SP, declarou que o sindicato participou da reformulação da Norma Regulamentadora nº 18, participou de congressos para conscientizar os trabalhadores do Brasil inteiro, atua diariamente com a fiscalização do Ministério do Trabalho e orienta os trabalhadores nas obras a paralisarem suas atividades para fazer valer seus direitos. “A categoria conquistou melhorias em vários equipamentos, como elevadores com dispositivos de segurança. “Falta gestão nas obras e, portanto, é preciso mobilizar os trabalhadores”.

Scaboli apresentou o plano de Saúde dos químicos na Federação e nos sindicatos. Eles conseguiram negociar nas convenções de trabalho a prevenção de acidentes em máquinas  de injetoras e de sopro,  banimento do benzeno e a jornada de 40h semanais de trabalho.

Elenildo Queiroz, diretor do Sindicato dos Metalúrgicos de Guarulhos, mostrou a convenção de prevenção das prensas contra a mutilação de prensas. “São feitas várias campanhas pelo Ministério da Saúde, como contra cigarro, AIDS, que são importantíssimas, mas não fazem contra os acidentes de trabalho que é um tema prioritário”, disse.

O secretário de Saúde da Força Sindical RS, Valdir Lima, afirmou que quando entrou para o Sindicato dos Comerciários de Porto Alegre, se deparou com muitos acidentes em supermercados, farmácia, mas hoje, a ação sindical fez esta situação mudar. “Realizamos a semana de prevenção LER/DORT, atuamos junto com os auditores fiscais e agora teremos ônibus equipados para dar cursos sobre segurança e saúde do trabalhador em várias regiões do Estado”, disse.

A representante do Sindicato das Costureiras de SP, Valéria Cabral da Silva, contou que o sindicato formou 1.500 cipeiros. 

Homenagem
João Donizeti Scaboli e Arnaldo Gonçalves foram homenageados pelo presidente eleito do sindicato dos Técnicos de Saúde e Segurança, Marcos Antonio de Almeida Ribeiro, que entregou a cada um deles uma placa.


Participantes personificam trabalhadores acidentados
em protesto à falta de segurança nos locais de trabalho no País e no mundo

Assessoria de Imprensa da Força Sindical
Fotos: Jaélcio Santana
www.fsindical.org.br