Após desgaste do reajuste do salário mínimo, governo dará a centrais vagas em conselhos de empresas; regulamentação será assinada em cerimônia nesta sexta-feira
10 de março de 2011 | 23h 00
Lu Aiko Otta, de O Estado de S. Paulo
BRASÍLIA – Depois de atropelar as centrais sindicais ao fixar o salário mínimo de 2011 em R$ 545, a presidente Dilma Rousseff recebe nesta sexta-feira, 11, os sindicalistas para retomar o diálogo. Num gesto de boa vontade, ela preparou uma cerimônia em que será assinada uma portaria autorizando a inclusão de um representante dos trabalhadores em cada conselho administrativo de empresa estatal com mais de 200 empregados.
De acordo com o Ministério do Planejamento, são 59 vagas. O trabalhador que for eleito por seus colegas para integrar o conselho terá um reforço substancial no rendimento. Um conselheiro do Banco do Brasil, por exemplo, ganha R$ 3.606 por mês. Na Caixa Econômica Federal, a gratificação foi de R$ 2.836,30 mensais no ano passado. Na Eletrobrás, foram R$ 4.212,96 por mês em 2010.
As vagas nos conselhos das grandes estatais são disputadas entre funcionários mais graduados do governo, que as utilizam como uma espécie de complementação de renda.
“Ter um representante nos conselhos de administração significa democratizar a gestão da estatal”, disse o vice-presidente da Central Única dos Trabalhadores (CUT), José Lopez Feijóo. Ele observou que essa é uma prática adotada por empresas privadas e também por ex-estatais, como a Vale e a Embraer. “Era uma antiga reivindicação nossa”, acrescentou o secretário-geral da Força Sindical, João Carlos Gonçalves, o Juruna.