Confederação Nacional dos Trabalhadores Metalúrgicos

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Negociação salarial no setor de autopeças se arrasta

Cibelle Bouças

As negociações salariais dos metalúrgicos avançaram ao longo da semana, mas restaram incertezas sobre as negociações dos trabalhadores de Campinas (SP) e do segmento de autopeças do ABC e de Taubaté, no interior de São Paulo. Em Campinas, os 650 trabalhadores da Dell chegam ao quarto dia de greve nesta sexta-feira, sem perspectiva de retorno ao trabalho, segundo o diretor do Sindicato dos Metalúrgicos de Campinas, Eliezer Mariano da Cunha.

 

Na empresa de autopeças Bosch, 2 mil metalúrgicos fizeram paralisação de duas horas ontem. “Os trabalhadores não concordaram com a proposta das empresas de autopeças. Se as empresas não fizerem novas propostas, as greves continuam”, afirmou o sindicalista, garantindo que outras empresas paralisariam as atividades no fim de semana. O sindicato pede 18,83% de reajuste (aumento real de 9,53%), piso de R$ 1.450 para toda a categoria e gatilho salarial para corrigir perdas da inflação.

 

A última proposta feita pelo Sindipeças (que reúne as empresas de autopeças) foi de 9% de aumento, com ganho real de 1,72%. Em nota, a Bosch informou que adotará o reajuste que for fechado entre os sindicatos. A empresa informou ainda que reduziu o nível de atividade em 20% por conta da paralisação e ainda avalia os prejuízos. No município, não houve acordo em nenhum grupo de metalúrgicos (montadoras, autopeças, máquinas e eletroeletrônicos).

 

Em situação semelhante estão os metalúrgicos da região de Taubaté. Na quinta-feira, trabalhadores das empresas de autopeças Autoliv e Metalbages pararam as atividades por uma hora, em protesto contra a proposta do patronato de reajuste de 10,4% (com aumento real de 3%). O Sindicato dos Metalúrgicos de Taubaté e Região exige para o setor de autopeças o mesmo reajuste concedido aos profissionais das montadoras (11,01% com ganho real de 3,6%). Isaac do Carmo, presidente do sindicato, disse que se não houver acordo no fim de semana, os trabalhadores deflagarão greve na segunda-feira.

 

No ABC, metalúrgicos da Karmann Ghia, Mahle Metal Leve e Federal Mogul fizeram paradas na quinta-feira e decidem hoje em assembléia se decretam greve a partir de segunda-feira. Conforme a Federação dos Sindicatos de Metalúrgicos da CUT , as indústrias de autopeças fecharam acordo para reajuste de 11%, com ganho real de 3%. As indústrias de máquinas e eletroeletrônicos ofereceram reajustes entre 10,8% e 12% (conforme o tamanho da empresa), que será avaliada pelos metalúrgicos.