CAROLINA DALL’OLIO
Os pequenos negócios que precisam de crédito para comprar máquinas e equipamentos ou para ampliar a sede da empresa poderão contar com R$ 3,5 bilhões do Fundo de Amparo ao Trabalhador (FAT) em 2011. São R$ 300 milhões a mais que o volume de recursos alocados para este tipo de financiamento no ano passado.
Linhas de crédito como o Proger Urbano, o FAT Fomentar e o FAT Infraestrutura cobram os menores juros do mercado para quem precisa de recursos para investir. Por ser destinado a projetos de desenvolvimento, que criarão empregos e melhorarão a infraestrutura do País, esse tipo de financiamento tem uma espécie de subsídio do governo federal.
Os empréstimos são remunerados pela Taxa de Juros de Longo Prazo (atualmente em 6% ao ano) e no máximo mais 5,5% ao ano para os bancos que repassam os recursos. Ou seja, a empresa vai fugir das taxas de mercado e pagar no máximo juros de 11,5% ao ano – é só um pouco mais que a taxa básica (Selic), hoje em 11,25% ao ano e com perspectiva de alta em breve.
Linhas de crédito como o Proger Urbano, o FAT Fomentar e o FAT Infraestrutura cobram os menores juros do mercado para quem precisa de recursos para investir (Tiago Queiroz/AE – 2/6/2010)
Exigências
Mas mesmo com juros baixos e recursos disponíveis, as linhas de crédito do FAT não são tão populares assim entre as pequenas empresas. É que para conseguir receber os recursos, o empresário precisa explicar o seu projeto (justificando por que precisa do daquele dinheiro), detalhar seus gastos e o impacto que essa mudança trará para seu negócio pelos próximos cinco anos, dar garantias ao empréstimo e dizer se o faturamento extra que ganhará com as melhorias vai ser suficiente para que ele custeie o pagamento do crédito.
“A questão é que, muitas vezes, as empresas têm problemas de gestão, não têm controle sobre suas despesas e receitas, e também apresentam dificuldades em oferecer as garantias”, reconhece Carlos Alberto dos Santos, diretor técnico do Sebrae. “Aí fica difícil.”
Santos afirma que as exigências para tomada de empréstimo já foram mais complexas no passado. E defende que os empresários se organizem para ter condições de acessar o financiamento.
“O crédito não servirá para tirar uma empresa de dificuldades financeiras. Pelo contrário: nesses casos, pode até prejudicá-la”, diz Santos. “Por isso, é natural que o dinheiro vá para empresas bem geridas e estruturadas, que o utilizem para ampliar suas vendas e gerar mais empregos.”
O empresário que quiser pleitear o crédito com recursos do FAT mas tiver dificuldade para montar a proposta ao banco pode pedir ajuda ao Sebrae. Nas unidades espalhadas por todo País, profissionais especializados ajudam o empresário a organizar as contas da empresa e calcular as previsões que os bancos pedem. Para saber onde fica a unidade mais perto basta acessar o site www.sebrae.com.br ou telefonar para 0800 570 0800.
Apenas bancos públicos, como Banco do Brasil e Caixa Econômica Federal, podem repassar os recursos do FAT.