Confederação Nacional dos Trabalhadores Metalúrgicos

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Governo resiste nos R$ 545 e irrita centrais


Fonte: Agência Estado

A queda-de-braço entre governo e centrais sindicais em relação ao reajuste do salário mínimo e à correção da tabela do Imposto de Renda (IR) pôs fim à “lua-de-mel” entre a presidente Dilma Rousseff e os sindicalistas que trabalharam por sua eleição. Os líderes sindicais prometem realizar mobilizações contra a proposta de R$ 545 do governo e levar a disputa para o voto no Congresso Nacional. Segundo eles, a política de Dilma não dá continuidade à implementada pelo ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva.

“Estamos incomodados com o início do governo Dilma. É uma tentativa do mercado de mandar em tudo e não vamos concordar com isso”, disse o presidente da Força Sindical, deputado federal Paulo Pereira da Silva (PDT-SP), o Paulinho, após encontro em São Paulo com o secretário-geral da Presidência, Gilberto Carvalho, e os ministros da Fazenda, Guido Mantega, e do Trabalho, Carlos Lupi.

Paulino ainda afirmou que a presidente está pautando a política de contenção de gastos por uma imposição do mercado, e que a política de reajuste salarial do governo Lula deu certo porque valorizou a camada mais pobre da população. As centrais vão se reunir hoje para decidir como irão realizar os protestos. Mas, de acordo com o sindicalista, a posição delas “ainda não representa” uma declaração de guerra.

O presidente da União Geral dos Trabalhadores (UGT), Ricardo Patah, endossou o discurso de Paulinho. Já o presidente da Central Única dos Trabalhadores (CUT), Artur Henrique da Silva, destacou que os sindicalistas não vão abrir mão do aumento real do mínimo e da correção do IR.

O ministro do Trabalho, Carlos Lupi, que participou da reunião com os sindicalistas, mas não participou da entrevista coletiva concedida por Mantega e Carvalho, está de acordo. “Quando está no governo, você não defende uma posição pessoal e sim uma posição do conjunto, e o Lupi está de acordo”, justificou Carvalho.

Os ministros destacaram que o acordo firmado em 2007 trouxe garantias reais de aumento para os trabalhadores. Mantega ressaltou que é importante para o governo manter a mesma regra em vigor. “Gostaríamos de dar um aumento maior, mas isso fere o acordo.”