Brasília – A presidente Dilma Rousseff manifestou-se, sexta-feira, pouco disposta a alterar os critérios de reajuste do salário mínimo definidos pelas centrais sindicais e pelo governo do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva. “O que queremos saber é se as centrais querem ou não a manutenção desse acordo pelo período do nosso governo. E se querem, o que nós propomos é R$ 545.” A metodologia prevê como índice a variação do Produto Interno Bruto (PIB) de dois anos antes mais a inflação do ano corrente.
Dilma também dissociou a discussão do aumento do salário mínimo da correção da tabela do Imposto de Renda. “Não concordamos com o que saiu nos jornais e era dito por várias pessoas, inclusive pelas centrais, que o reajuste, se houvesse, da tabela do Imposto de Renda, fosse feito pela inflação passada”, ressaltou. “No que se refere a esse reajuste, teria sempre de olhar não a inflação passada, porque isso seria carregar a inércia inflacionária para dentro de uma das questões essenciais que é o IR”, completou, para lembrar que “o que foi dado sempre foi uma mudança baseada na expectativa de inflação futura”, citando que, nesse caso, o índice é de 4,5%.
Força
O deputado Paulo Pereira da Silva (PDT-SP), o Paulinho da Força Sindical, disse que “se [Dilma] tiver jogando duro, vamos ter que ir para o Congresso, pressionar, fazer manifestações, pôr aposentados no Congresso”.
No mesmo dia, a Força divulgou nota intitulada “Será que Mantega ´trocou figurinhas´ com FHC?”, na qual afirma que o ministro da Fazenda, Guido Mantega, revelou “todo o seu desprezo pelos temas sociais” ao desconsiderar reajuste da tabela do IR.