Confederação Nacional dos Trabalhadores Metalúrgicos

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RJ: piso regional pode ter 4% a mais que o salário mínimo

Portal Terra

O embate que ocorre em Brasília entre governo e centrais sindicais em torno do salário mínimo poderá se reproduzir também no Rio de Janeiro pela implantação do piso regional. Aqui, no entanto, o secretário estadual de Trabalho e Renda, Brizola Neto, afirmou ontem que buscará o consenso entre trabalhadores e empregadores. Para tanto, ele pretende propor um acréscimo de 4% ao índice a ser aprovado para o mínimo nacional. Se a ideia for aceita, a faixa 9 (advogados e contadores), por exemplo, poderá ter um piso de R$ 1.748,09, com pagamento retroativo a 1º de janeiro.

Há menos de um mês à frente da secretaria, Brizola Neto assumiu a função de conciliador e disse que a proposta de reajuste do piso regional deverá chegar à Assembleia Legislativa do Rio de forma consensual entre as partes. A votação do piso fluminense deverá ocorrer somente na segunda quinzena de fevereiro.

“O Rio tem condições de manter um piso acima da média nacional. Queremos que o debate em torno do percentual regional se transforme em uma política de Estado, atendendo aos interesses dos trabalhadores e empregadores, mas respeitando as diferenças econômicas das regiões do Rio”, explicou o novo secretário. Brizola Neto acrescentou ainda que a ideia é manter a política de recuperação das perdas salariais dos trabalhadores.

Levando em conta a reivindicação de 13,75% das centrais sindicais, aumentando o salário mínimo nacional para R$ 580, mais os 4% a serem propostos pelo secretário, o piso regional fluminense para empregados domésticos pode variar de R$ 645,07 (um reajuste de 10,86%) até R$ 685,16 (aumento de 17,75%). Já empregadores acenam apenas com a reposição da inflação de 6,86%, o que representaria mais R$ 40,01 no salários das domésticas.

Salário Indefinido

“Estamos na expectativa do governo do estado. Essa indefinição está enlouquecendo os patrões e empregados, que querem receber o aumento o mais rápido possível”, alertou a presidente do Sindicato dos Trabalhadores Domésticos do Município do Rio de Janeiro, Carli Maria dos Santos.

A proposta do piso regional será apresentada na próxima negociação, marcada para dia 9 de fevereiro, entre representantes dos patrões, empregados e do governo. Depois, será votada na Alerj.

Negociações informais são mantidas

O secretário estadual de Trabalho e Renda, Brizola Neto, iniciou conversações informais com representantes da classe trabalhadora. Hoje, ele volta a se reunir com as categorias.

O representante da CUT, Indalécio Wanderlei, afirmou que espera do governo a manutenção da reposição das perdas salariais, além do índice nacional.

Já o representante dos empregadores, Natan Schiper, disse que não manteve contato com o novo secretário, mas destacou que considera alto um índice de 4% para a reposição das perdas salariais. “Os empresários teriam dificuldades para pagar reajuste acima da inflação”, argumentou.