A 1ª Conferência do Desenvolvimento CODE, promovida pelo Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada – IPEA e realizada na Esplanada dos Ministérios, Brasília, cumpriu seu objetivo de criar um espaço nacional de debates sobre o desenvolvimento.
O debate sobre o desenvolvimento e suas implicações é fundamental no processo de conhecimento e reconhecimento de um país. No caso brasileiro, após anos de estagnação, esse objetivo se faz mais importante ainda.
O Brasil não mais aceita ser liderado. Pretende contribuir para o novo projeto de desenvolvimento mundial, multipolar e compatível com a repartição justa da riqueza e a sustentação do planeta para as novas gerações.” Foi com essa fala que o presidente do Ipea, Marcio Pochmann, abriu a 1ª Conferência do Desenvolvimento. Mais de mil pessoas, de diversos segmentos da sociedade (agentes públicos, estudiosos, pesquisadores, especialistas, professores, legisladores e representantes dos movimentos sociais, entre outros).
O presidente do IPEA afirmou que somente a ruptura com as políticas neoliberais hegemonizadas na passagem para o século 21 permitiu ao País retomar o caminho do desenvolvimento. “Antes não se poderia elevar o valor do salário mínimo, porque gerava informalidade e desemprego, não se deveria aumentar o gasto social, porque desorganizava as finanças públicas, não se deveria apoiar investimento nas empresas públicas, porque haveria mais ineficiência, assim como se deveria manter banco público aprisionado, para não fazer subir ainda mais a taxa de juros”, disse Pochmann.
O desenvolvimento do País foi tratado de forma inédita nesta Conferência, “não mais como um assunto somente de especialistas em sala VIP, que em seus gabinetes fechados e protocolares pretendiam definir os rumos da nação”.
O movimento sindical participou ativamente dos debates sobre desenvolvimento e equidade. O Sindicato dos Metalúrgicos de São Paulo (Subseção– Dieese) participou das discussões dos seguintes temas:
Code debateu valorização do trabalho e seu papel na macroeconomia
Os trabalhadores e a macroeconomia foi o assunto debatido em uma das 88 oficinas da 1ª Conferência do Desenvolvimento.
O evento reuniu no dia 25 de novembro: Presidente da (CNTM) Clementino Vieira, Secretário de Assuntos Parlamentares Carlos Laceda (CNTM), Arthur Henrique, presidente da Central Única dos Trabalhadores (CUT), João Carlos Gonçalves (Juruna), secretário geral da Força Sindical, Wagner Gomes, presidente da Central dos Trabalhadores do Brasil (CTB), Lindolfo Luis dos Santos Neto, secretário de Finanças da Central Geral dos Trabalhadores do Brasil (CGTB), Eduardo Rocha, assessor da União Geral dos Trabalhadores (UGT), e Dieese, entre outros.
Os representantes sindicais ressaltaram a relevância do evento e destacaram a consonância da temática com a agenda do movimento sindical expressa do documento: Projeto Nacional de Desenvolvimento aprovado na Assembleia Nacional da Classe Trabalhadora (Junho/2010 – Estádio do Pacaembu), que aborda o tema desenvolvimento com soberania, democracia e valorização do trabalho.
Os dirigentes debateram durante quatro horas a temática desenvolvimento, com destaque para: guerra cambial, taxa de juros, desindustrialização, papel da classe trabalhadora, como força motriz do desenvolvimento econômico. Além disso, os participantes foram taxativos ao enfatizar importância da defesa na sociedade de um projeto de desenvolvimento que vincule geração de empregos (com qualidade) e distribuição de renda, e erradicação da miséria.
Por Altair Garcia
Técnico DIEESE
altairsg@dieese.org.br