Mais de 5,5 mil trabalhadores metalúrgicos da capital aprovaram ir à greve, caso os patrões não ofereçam um aumento real significativo para o fechamento da campanha salarial.
A proposta de greve foi aprovada na manifestação de mobilização realizada pelo Sindicato dos Metalúrgicos de São Paulo e Mogi das Cruzes na manhã desta quinta-feira, no bairro da Mooca, com a presença de trabalhadores de várias fábricas metalúrgicas das regiões leste e norte da capital, sindicalistas de outras categorias, e das centrais Força Sindical, CGTB e CTB.
“Queremos aumento digno para os trabalhadores. O PIB deve ficar acima de 7%, o que mostra que temos onde buscar o aumento de salário, e se não tivermos uma proposta satisfatória, condizente com o crescimento da economia, iremos à greve”, disse Miguel Torres, presidente do Sindicato.
NEGOCIAÇÕES – O comando de negociação vem se reunindo com os vários grupos patronais, mas ainda não recebeu proposta de nenhum deles. “Vamos mostrar nossa mobilização e pressão à Fiesp”, disse Miguel, lembrando que no ano passado, o Grupo 10 não fechou o acordo salarial.
Paulinho, presidente da Força Sindical, criticou a posição do Banco Central, para quem os aumentos salariais podem provocar uma expectativa inflacionária.
“Vamos lutar para chegar a 10% de aumento, no mínimo, e para que todos os trabalhadores tenham aumento real de salário. Estamos discutindo com as centrais sindicais o aumento do salário mínimo e dos aposentados para 2011, e vamos defender a criação de uma política de aumento real para as aposentadorias, como fizemos com o salário mínimo”, disse Paulinho.
Juruna, secretário-geral da Força Sindical, ressaltou que só com mobilização se consegue um bom aumento de salário. “O aumento real é bom para cada trabalhador individualmente e para a sociedade, porque faz a economia girar, gera emprego e bem-estar social”, disse.
Os discursos dos sindicalistas foram pela distribuição de renda. “A campanha acontece uma vez por ano e os trabalhadores vão viver com este aumento salarial por 12 meses”, lembrou Miguel Torres.
A categoria reúne cerca de 800 mil trabalhadores no Estado, filiados à Federação dos Metalúrgicos do Estado e à Força Sindical, com data-base em 1º de novembro.
Foto: Paulo Segura
Elza Pereira, diretora de finanças, Paulinho, Miguel e Arakém, secretário-geral do Sindicato
O ato também teve um tom político. Os sindicalistas manifestaram apoio a Dilma Roussef para a Presidência da República e para o avanço das reivindicações trabalhistas.
Paulinho da Força agradeceu os trabalhadores pela sua reeleição a deputado federal, disse que vai continuar defendendo os interesses dos trabalhadores no Congresso Nacional, trabalhar pela redução da jornada de trabalho para 40h semanais, pelo fim do fator previdenciário, pela garantia dos direitos dos trabalhadores, pela licença-maternidade de 180 dias, e defendeu Dilma Roussef para a Presidência. “O movimento sindical teve avanços importantes no governo Lula”, disse.
PRÓXIMO ATO – O próximo ato de mobilização da Campanha Salarial dos metalúrgicos será no dia 21 de outubro, às 8h, no canteiro central da Av. das Nações Unidas, altura do nº 22.000, em frente à MWM, zona sul.
REIVINDICAÇÕES – Reajuste salarial pelo INPC, aumento real (acima da inflação), combate à demissão imotivada, redução da jornada de trabalho, valorização do piso salarial, qualificação profissional, licença-maternidade de 180 dias.
Por Assessoria de imprensa do Sindicato dos Metalúrgicos de São Paulo e Mogi das Cruzes
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