“A economia brasileira vai muito bem. Nem mesmo as elites mais reacionárias conseguem esconder dos brasileiros e brasileiras a atual boa fase da nossa economia. Há geração de novos empregos, que atingem recordes. Cresce o Produto Interno Bruto, em função, principalmente, do aumento da produtividade que nós, trabalhadores metalúrgicos e metalúrgicas, garantimos dentro das fábricas. Agora é chegada a época das grandes negociações salariais. Diferentemente dos anos anteriores, os patrões, até mesmo os mais atrasados, não poderão usar as desculpas de sempre, tais como crise, baixo consumo, falta de crédito.
O Brasil é outro, com uma economia vigorosa que impressiona o mundo inteiro. Mas ainda falta muito a ser feito. Especialmente no quesito distribuição de renda através da melhoria da massa salarial. Continuamos a receber por um bolso e, em função da rotatividade, a perder dinheiro pelo outro. Nas negociações deste ano, vamos avançar nestes itens que significam uma irresponsabilidade por parte do setor empresarial, que aposta sistematicamente na rotatividade para reduzir os ganhos dos traballhadores, sem se preocupar com a qualidade que nós garantimos aos seus produtos e serviços. Vamos vincular nossa campanha salarial com a necessária modernização do mercado interno brasileiro.
Chega de pressionar as fábricas sem se preocupar com a motivação e sem recompensar o comprometimento de todos nós com o produto ou serviço que entregamos. Um Brasil moderno e competitivo exige que os patrões assimilem, de uma vez por todas, o sentimento de pátria que nós trabalhadores e trabalhadoras temos orgulho de adotar dentro e fora das fábricas. É esse sentimento de Brasil que nos leva a apostar na modernização política e eleger candidatos que se comprometam com os avanços sociais, com investimento direto na Educação, na Saúde, Segurança e com a preocupação com o saneamento básico.
Nas próximas negociações salariais queremos ter do outro lado da mesa patrões que reconheçam nossa entrega para o Brasil e que nos repassem a recompensa legítima, através de salários decentes, do nosso esforço conjunto a favor das empresas nas quais trabalhamos e, principalmente, a favor do Brasil”.
Por Cícero Martinha, presidente do Sindicato dos Metalúrgicos de Santo André e Mauá