Foto de Robson Fonseca
Cícero Martinha, presidente do Sindicato dos Metalúrgicos de Santo André e Mauá (dir) e Devanir Brichesi, presidente da Abifa (esq), em reunião para discutir estratégias para revogar a importação de ferramentas e moldes usados
O presidente do Sindicato dos Metalúrgicos de Santo André e Mauá, Cícero Martinha, participou de reunião na Associação Brasileira de Fundição (Abifa), nesta quarta-feira, 28, para discutir estratégias de revogação das portarias 08/91 e 84/10 que permitem a importação de ferramentas e moldes usados.
A discussão contou com representantes do movimento sindical, Abifa, Abimaq, Sindipeças e Fiesp.
O principal assunto debatido foi a luta pela proibição da importação de máquinas, moldes e ferramentas usadas e trabalhar por melhores condições para o aumento da competitividade dos setores de fundição, ferramentaria e cadeia produtiva do setor automotivo.
“O Brasil atingiu no fim do primeiro semestre a marca de 60 milhões de veículos fabricados desde 1957, segundo a Anfavea. A diferença é que estamos nos tornando apenas montadoras, excluindo as empresas fabricantes de autopeças e de ferramentais, jogando no lixo mais de 100 mil empregos diretos no setor metalúrgico, por ano, com grande incidência aqui no Grande ABC e, em especial, em SantoAndré”, afirma Cícero Martinha.
Segundo Cícero Martinha, a cadeia produtiva da ferramentaria voltada ao setor automotivo emprega aproximadamente 423 mil trabalhadores e esses postos de trabalho estão ameaçados pela política de abertura ampla e irrestrita do mercado brasileiro. “O mercado está incentivando um aumento desenfreado nas importações praticadas, principalmente, pela indústria automobilística”, alerta.
A nova parceria entre empresários e trabalhadores é vista pelo presidente da Abifa, Devanir Brichesi, como uma forma positiva para corrigir as atuais distorções que afetam o setor. “Nossa proposta é de convergência entre diversos segmentos. Para enriquecer o embate na alteração das portarias 08/91 e 84/10. Além dos ferramentais novos, temos de brigar para não permitir a licença automática de importação e estabelecer um preço de referência para ferramentais importados, além de ações anti-dumping”, diz ele.
Audiência
Para levar a discussão adiante, as entidades se reúnem com o Ministro do Desenvolvimento, Indústria e Comércio Exterior, Miguel Jorge, no próximo dia 4 de agosto, em Brasília. “Vamos discutir com o ministro Miguel Jorge a defesa da produção, do emprego e do desenvolvimento tecnológico da cadeia produtiva de fundição, contra o processo de importação desmedida, que vem sendo desencadeado, principalmente, pela indústria automotiva”, finaliza Cícero Martinha presidente do Sindicato dos Metalúrgicos de Santo André e Mauá.
Por Andressa Besseler