Folha SP
Com 213 mil empregos criados, resultado interrompeu a curva de recordes dos cinco primeiros meses do ano
Total do primeiro semestre, 1,47 milhão de novos postos, superou o recorde anterior, de 2008
THAIS BILENKY
DE BRASÍLIA
O número de empregos gerados no primeiro semestre superou o recorde anterior, de 2008. Foi criado mais de 1,47 milhão de vagas desde janeiro, de acordo com o Ministério do Trabalho.
A expectativa do ministro Carlos Lupi é que até o final do ano sejam gerados 2,5 milhões de novos postos.
O setor de serviços abriu 490.028 vagas, 33% do total gerado, número mais alto já registrado no período. O setor é, porém, um dos fatores que explicam o desempenho aquém do esperado para junho, conforme afirmou Lupi.
A criação de 212.952 postos no mês demonstrou “acomodação dos setores de indústria, serviço e diminuição no setor da educação -no qual houve demissões”, disse, ontem, o ministro.
O resultado de junho interrompeu a curva de recordes dos primeiros cinco meses de 2010. Foram mais de 305 mil vagas em abril e quase 300 mil em maio.
O mês passado frustrou também as expectativas relacionadas ao recorde histórico de junho, registrado em 2008, com a criação de 309,4 mil novos postos.
Para o economista Rafael Bacciotti, da consultoria Tendências, o desempenho “evidencia uma redução do ritmo de crescimento da ocupação” e acompanha “o cenário de desaquecimento no segundo trimestre do ano”.
O economista Sergio Vale, da MB Associados afirma que a geração de empregos em alta “tende a permanecer nos próximos anos, mas não no nível atual, com crescimento próximo a 7%”.
USINA E CAFÉ
Rondônia teve a maior taxa de crescimento do país, com alta de 8,31%, ou 16.734 novos postos, alavancados pelas usinas de Santo Antônio e Jirau, obras do PAC.
O Estado de São Paulo teve a maior geração de empregos em números absolutos do Brasil, com 545.743 postos ou aumento de 5,09%.
Em seguida vem Minas Gerais, que gerou 232.572 postos, ou crescimento de 6,64%, devido ao bom desempenho da produção de café, conforme disse Lupi.
Os números são do Caged (Cadastro Geral de Empregados e Desempregados), sistema pelo qual empresas informam o governo sobre o número de pessoas admitidas ou demitidas a cada mês.
As mulheres tiveram aumento real de 4,33% nos salários médios no primeiro semestre, ante 5,06% dos homens. Os salários médios ficaram em R$ 821,13, uma alta de 4,86% em relação ao mesmo período de 2009, quando eram R$ 783,08.