Confederação Nacional dos Trabalhadores Metalúrgicos

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No Primeiro de Maio avançamos para as 40 horas

“A grande mobilização de alegria e reflexão que experimentamos no Primeiro de Maio, com a participação do presidente Lula e dos pré-candidatos à presidência da República e ao governo do Estado de São Paulo, além de ministros, prefeitos, deputados federais e estaduais e senadores, confirmou a força do movimento sindical brasileiro e, em especial, da Força Sindical.

Confirmou também que temos força política suficiente para aprovar, ainda neste ano, a redução da jornada para 40 horas semanais, sem redução de salários. Conseguimos, em 1988, reduzir a jornada de 48 para 44 horas. E o Brasil melhorou. Principalmente, permitiu à classe trabalhadora  se mobilizar mais nos sindicatos e nos bairros e acumular mais sabedoria politica que nos garante hoje um Brasil democraticamente moderno.

Mas ainda falta muito por fazer. Com a jornada de trabalho em 40 horas semanais vamos ter muito mais tempo para o relacionamento com a vizinhança, com nossos companheiros de fábrica, com nossos amigos e, principalmente, com nossa família.

Será a oportunidade de consolidar o tecido democrático brasileiro que se alimenta da troca de ideias entre os cidadãos nos seus locais de trabalho e de moradia, na fábrica e no sindicato.

Mas para ter condições de avançar a troca de ideias é preciso tempo. E as 4 horas a menos que vamos trabalhar, por semana, serão investidas no acompanhamento escolar de nossos filhos, em cursos de reciclagem profissional, na retomada da leitura que tanta falta faz para nossa formação.

E saberemos, também, aproveitar um pouco do tempo para nosso lazer. Afinal, são nestes momentos que conhecemos melhor nossos vizinhos, que estabelecemos alianças, que aferimos nossas vontades politicas e, decidimos, conjuntamente, o critério de nosso voto.

É esse vigor e avanço democráticos que faz alguns empresários e as forças reacionárias do País criar uma campanha acirrada contra as 40 horas, sem redução dos salários. Mas, felizmente, a decisão passará pelo Congresso Nacional. E nós, trabalhadores e cidadãos estamos atentos. E saberemos punir os parlamentares que traírem nossa vontade”.

Cícero Martinha, presidente do Sindicato dos Metalúrgicos de Santo André e Mauá.