Confederação Nacional dos Trabalhadores Metalúrgicos

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Metalúrgicos do ABC têm ganho real de 3,6%

Valor – Cibelle Bouças e Sergio Lamucci

A mobilização dos metalúrgicos na semana passada ajudou a garantir o fechamento de acordos para boa parte da categoria. O grande destaque foi o acerto obtido pelo sindicato da categoria no ABC, que conseguiu reajuste de 11,01%, dos quais 7,15% correspondentes à variação do Índice Nacional de Preços ao Consumidor (INPC) e 3,6% de ganho real (acima da inflação). Além disso, os trabalhadores também obtiveram um abono salarial de R$ 1.450.

A proposta apresentada aos metalúrgicos na assembléia foi fechada em uma reunião que começou na tarde de sexta-feira e só terminou às 4h30 do sábado. O aumento real acima de 3% é expressivo, devendo balizar as negociações de outras trabalhadores que têm data-base até o final do ano, como bancários e petroleiros. É mais um fator a estimular a demanda, o que pode intensificar a preocupação do Banco Central (BC) quanto às perspectivas para a inflação.

Segundo o presidente do Sindicato dos Metalúrgicos do ABC, Sérgio Nobre, o reajuste “é uma prova de organização dos metalúrgicos que fizeram mobilizações e paralisações nas empresas ao longo da semana passada”. Os metalúrgicos de Taubaté também aceitaram o acordo para o aumento de 11,01%.

Em assembléia realizada ontem, os trabalhadores do Sindicato dos Metalúrgicos de Campinas e Região, por sua vez, rejeitaram a proposta de reajuste de 11,01%. Eles querem 18,83%. Os filiados ao sindicato de São José dos Campos devem analisar hoje essa oferta.

No Paraná, 4,7 mil operários da Renault/Nissan retomaram o trabalho na sexta-feira, após quatro dias de greve. Os trabalhadores, que pediram reajuste de 13% com 5% de aumento real, aceitaram a proposta da montadora de 10,1%, dos quais 7,5% são reposição da inflação e 2,6% de ganho real. Acordo semelhante foi obtido um dia antes pelos 2,5 mil metalúrgicos da Volvo, do Paraná, com reajuste de 10%.(Com agências noticiosas)