Confederação Nacional dos Trabalhadores Metalúrgicos

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Nenhum setor da indústria tem saldo negativo de vagas

DCI

SÃO PAULO – Pela primeira vez desde abril de 2007, nenhum setor da indústria paulista teve saldo negativo de emprego, aponta a pesquisa de Nível de Emprego do estado, divulgada hoje pela Federação das Indústrias do Estado de São Paulo (Fiesp). De acordo com o levantamento, dos 22 setores analisados, nenhum registrou demissões em março, 20 abriram vagas e dois mantiveram o quadro de funcionários. A última vez que se observou um resultado positivo foi em abril de 2007, quando 17 setores geraram emprego e cinco mantiveram o número de postos.

Para o diretor do Departamento de Pesquisas e Estudos Econômicos da Fiesp, Paulo Francini, o resultado mostra um crescimento consolidado do nível de emprego. “Tivemos uma forte geração de empregos distribuídos por toda a estrutura da indústria. Não é um crescimento episódico ou concentrado em algum setor.”

Em março deste ano, oito setores geraram mais de mil postos de trabalho, com destaque para o de produtos alimentícios, a 25,6 mil vagas.

O crescimento do emprego aconteceu na maioria das regiões do estado analisadas pela pesquisa. Das 36 regiões consideradas, 32 abriram vagas, uma ficou estável e três fecharam postos. Francini destacou a participação da produção de açúcar e álcool no nível de emprego do mês de março. Enquanto o emprego na indústria como um todo cresceu 2,05%, sem ajuste sazonal ante fevereiro, a indústria de açúcar e álcool aumentou em 1,25% o número de postos de trabalho, o que significa 27,3 mil vagas de um total de 45 mil postos abertos em março.

Segundo Francini, o ritmo de crescimento do emprego deve se manter pelo menos neste primeiro semestre. “Não vemos grandes nuvens pela frente. A última se dissipou com a manutenção da taxa básica de juros (Selic) – em 17 de março. Estamos em um ritmo de crescimento que nos mantém na parte superior de nossas expectativas.” A previsão da Fiesp para o nível de emprego em 2010 é de uma elevação de 6,2%. “Seria uma geração muito forte de emprego, a maior elevação anual desde 2007, quando foi de 4,6%”, comentou Francini.

O diretor, no entanto, não crê que se recuperem em 2010 os empregos perdidos desde a crise econômica mundial. Segundo ele, os 135 mil postos que ainda faltam para se chegar ao patamar pré-crise só serão restabelecidos no início de 2011. Agência Estado