Os metalúrgicos do complexo Ford de Camaçari (BA) acabam de fechar um acordo histórico com a montadora norte-americana, reduzindo a jornada de trabalho para 40 horas semanais sem redução de salários. O resultado traduz uma nova e significativa vitória da categoria no embate em torno do tempo de trabalho, que começou logo após a implantação da fábrica no município, em 2001.
Naquela época a jornada de trabalho era de 44 horas semanais. Na campanha salarial de 2002 (a data-base é em julho), depois de muita luta e a decretação de uma greve, a categoria conseguiu reduzir a jornada para 42 horas. Conquistaram uma nova redução em 2004, para 40h50 semanais.
Neste ano, depois de uma paralisação de 24 horas realizada há cerca de 15 dias, houve um novo avanço, com a obtenção das 40 horas no final de agosto, que por sinal é a reivindicação unificada das centrais sindicais no abaixo assinado encaminhado recentemente ao Congresso Nacional e na campanha nacional pela redução da jornada.
Para manter o nível de produção os metalúrgicos concordaram em trabalhar oito sábados em dois anos, um a cada quadrimestre, recebendo R$ 3.700 cada e ainda com direito a oito folgas consecutivas durante as férias.
A categoria já tinha conquistado um reajuste de 9,5% ao fechar a campanha salarial, o que embute um aumento real de 3,5% pelo ICV-Dieese. O dia parado será descontado, mas o desconto não incidirá sobre férias, 13º, DSV (Descanso Semanal Remunerado) ou PLR.
De acordo com lideranças da categoria, a experiência desde 2001 indica que a redução da jornada estimula um aumento da produtividade do trabalho e não compromete a produção, de forma que em médio prazo a empresa (e seus proprietários nos EUA) acaba lucrando com a medida. (Fonte: CTB)