Confederação Nacional dos Trabalhadores Metalúrgicos

Ricardo Flaitt


PLENÁRIA DA FORÇA SP – Chiquinho faz discurso a favor das 40 horas semanais, contra a imprensa conservadora e os que querem dizimar a autonomia financeira dos sindicatos.

O presidente do Sindicato dos Metalúrgicos de Mococa e Região, Chico do Sindicato, fez um veemente discurso durante a plenária estadual da Força Sindical, realizada na sede do sindicato dos metalúrgicos de Piracicaba (3 de julho), em favor do trabalho, da jornada de trabalho de 40 horas semanais e contra a desqualificação feita pela grande imprensa empresarial brasileira da proposta aprovada por unanimidade pela Comissão Especial na Câmara dos Deputados no último dia 30 de junho.

Para o dirigente sindical, que também é vice-presidente da Federação dos Metalúrgicos do Estado de São Paulo, agora é o momento exato para a mobilização dos trabalhadores em favor da redução da jornada, que vai possibilitar, segundo o Dieese, a criação de pelo menos 2 milhões de novos empregos.

“A grande imprensa nacional sempre se posicionou a favor do capital e contra o trabalho e o trabalhador. O interesse conservador visa denegrir o sindicalismo e quem defende a vanguarda nas relações de trabalho. Portanto, defender uma jornada de trabalho menor é ser favorável à qualidade de vida, à melhor distribuição de renda e à qualificação do trabalhor”, observou.

Ainda segundo Chico do Sindicato, é necessário empenho de todas as categorias de trabalhores para pressionar os deputados federais e senadores pela aprovação da proposta. “Nem que tenhamos que colocar no poste os nomes dos que votarem contra mais esta conquista do trabalhador e do sindicalismo brasileiros”, afirmou.

SENADO e MP – Outra questão abordada refere-se ao afastamento do presidente do Senado, José Sarney, solicitada pelo sindicalista em defesa da moralidade do parlamento nacional e das instituições legislativas, já que ele próprio é vereador. “Para tanto, é preciso um projeto de resolução que afaste o senador Sarney para se apurar de forma independente todas as irregularidades”, disse.

Muito aplaudido, Chico ainda repudiou a intenção do Ministério Público de quebrar a autonomia sindical com a tentativa de “mexer” nas contas bancárias dos sindicatos, fato que poderá, de acordo com o sindicalista, dizimar a independência das entidades sindicais brasileiras. “Não podemos permitir esta ingerência, porque se trata de uma arbitrariedade contra a possibilidade de financiarmos as lutas em favor dos trabalhadores”, esclareceu

Além de Chico do Sindicato, representaram a família metalúrgica do Sindicato e sua extensão de base, o vice Silvio Resende Melo, além do tesoureiro Mário Rodrigues.

Participaram do evento em Piracicaba cerca de 1,2 mil delegados de sindicatos e de federações filiados à Força Sindical paulista, que consolidaram as discussões sobre as teses, regimento interno e o novo estatuto da Força Sindical, que serão votados no Congresso Nacional, marcado para os dias 29, 30 e 31 de julho, no Ginásio Falcão, na Praia Grande, Baixada Santista.

Já as principais discussões nas mini-plenárias, realizadas anteriormente, se deram em torno das cotas que cada sindicato e delegação devem preencher em relação a gênero, ao número de mulheres (30%) e ao de jovens (10%).

Outros pontos considerados polêmicos têm sido sobre a forma de custeio das atividades dos sindicatos, as contribuições sindicais e assistenciais e a distribuição dos recursos da central para os estados.

(Bira Mariano, com assessoria de imprensa da Força Sindical)